Page 24 - Diretrizes Curricularespara Produção Textual
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ETAPA 4: desenvolvimento da reescrita do gênero tradicional (por exem-
          plo: reportagem).
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          ETAPA 5: aspectos notacionais da escrita   e/ou demandas oriundas dos
          gêneros trabalhados.
          Segundo Azeredo (2000), o texto é um produto da atividade discursiva. Em
          um texto circulam, interagem e se integram informações várias, explícitas
          ou implícitas evidentes por si mesma ou dependentes de interpretação. Por
          isso, um texto é necessariamente fruto de uma construção de sentido em
          que cooperam quem o anuncia e quem o recebe. Assim, entende-se por
          produção textual qualquer prática que tenha os elementos essenciais para
          tal produção, conforme definidos por Geraldi (1997), quando afirma que

                   para a produção de texto, em qualquer modalidade, é necessário
                   que: a) se tenha o que dizer; b) se tenha uma razão para dizer o
                   que se tem a dizer; c) se tenha para quem dizer o que se tem a di-
                   zer; d) o locutor se constitua como tal, enquanto sujeito que diz
                   o que diz para quem diz [...]; e) se escolham as estratégias para
                   realizar (a), (b), (c) e (d)” (GERALDI, 1997, p. 137).
          Nesse sentido, não mais poderão ser concebidas práticas de escrita disso-
          ciadas do planejamento do texto, que deve ser formalizado em cada pro-
          posta sob o rótulo de projeto de texto. Projeto de texto é o planejamento
          prévio à escrita da redação que garante a progressão temática, a coerência e
          consistência do texto. É o esquema que se deixa perceber pela organização
          estratégica das informações: no caso das narrativas, por exemplo, consegue-
          -se visualizar quem serão os personagens, o tempo, o espaço e o conflito do
          enredo (ver sugestão de modelo no ANEXO II, para uma produção no 4º
          ano do Ensino Fundamental).

          Vale ressaltar que, neste documento, adotamos a distinção entre produção
          de gêneros tradicionais e práticas de produção multimodal e multissemió-
          tica apenas como direcionamento didático. Segundo Marcuschi (1988),
          embora entre o código gráfico e o fônico se verifique uma dicotomia estrita,
          entre a fala e a escrita não se pode postular tal polaridade absoluta, mas sim
          um continuum: uma é a diferença entre grafia e som e outra entre o discurso
          escrito e o discurso oral. Esse continuum entre a oralidade e a escrita apre-
          senta traços constitutivos do texto falado e escrito que abarca o conceito
          3 De acordo com o diagnóstico das produções da etapa. Por exemplo: se, em dada etapa, o
          professor verificar que a turma apresenta dificuldades ortográficas, desenvolverá uma atividade
          de gramática aplicada ao texto e relacionada ao tema.



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