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mente sintético, embora possa variar muito, de acordo com os interlocutores (o enunciador e o
público-alvo). Por sua vez, a estrutura composicional é o aspecto mais concreto, que explicita,
textualmente, os elementos fundantes do gênero, como local, data e horário, como exemplifi-
cado no convite. Em alguns casos, pode ser que o traje seja especificado no convite; em outros,
pode ser anexada uma lista de presentes ou uma confirmação de presença. Esses elementos não
são obrigatórios, visto que a ausência deles não descaracteriza o gênero convite, mas são acei-
táveis, pois orbitam o mesmo conteúdo temático esperado para o gênero em questão. De todo
modo, a forma como esses elementos aparecem em cada convite é singular e sofre alterações,
de acordo com o tempo histórico. Na atualidade, por exemplo, é comum recebermos o link da
localização do evento no próprio convite no formato digital.
De fato, os gêneros textuais são fenômenos históricos, produtos de um contexto, e, como
tais, se sujeitam aos sinais dos tempos. Os gêneros sofrem mudanças e vão se adaptando,
como no caso do convite, outrora predominante em papel, agora virtual, incorpora recursos
digitais, como hiperlinks, QR Codes e tantas outras possibilidades de complementação. Nesse
sentido, o surgimento ou desaparecimento de determinado gênero depende das tecnologias
e dos meios de comunicação que o promovam, como é o caso dos gêneros digitais, fruto da
emergência e da popularização da internet, caracterizados pela integração com elementos
não verbais à modalidade escrita. A ascensão de um novo gênero textual não invalida os gê-
neros tradicionais nem os elimina, mas os atualiza e, por vezes, os substitui, como é o caso da
carta pessoal, gênero que não foi extinto, mas que encontra sua utilização bastante restrita,
em virtude de outros gêneros mais ágeis, oriundos de novas tecnologias. Também é o caso
das narrativas de massa que foram se modificando e coexistindo de acordo com o avanço dos
artefatos e mídias. Observe a ilustração:
Figura 6 – Avanço das tecnologias e evolução dos gêneros – Exemplo: Narrativa de massas
O trabalho com os gêneros digitais insere-se no contexto dos multiletramentos, pela natureza
híbrida, composta por diferentes linguagens (oral, escrita, visual etc.) e devido à fluidez
dos suportes, que podem ser a tela de um computador, de um celular ou de um tablet, mas que
também podem ser transpostos para o papel ou para o meio sonoro, por meio de podcasts, por
exemplo. A hipertextualidade, por sua vez, como uma nova forma de organização textual,
que rompe com a leitura linear, típica das mídias impressas, favorece o surgimento de um novo
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