Page 17 - Diretrizes para Produção Textual - 2ª Edição
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Nas Matrizes Maristas de Linguagens, o letramento faz-se presente nas competências gerais de

          Língua Portuguesa, como podemos verificar:











                             (UMBRASIL, Competências Gerais de LP, p. 58).
          Fica evidente, na documentação institucional, a necessidade de desenvolver a autonomia e
          o hábito de ler e de produzir textos de uso social dessas práticas, como o que se observa no
          fragmento “usar a língua portuguesa na elaboração de propostas de intervenção na realidade”,
          ou seja, na promoção dos letramentos.

          2.2. Gênero, tipo e suporte
          Na esteira da BNCC e de outros documentos normativos que as antecederam, as Matrizes
          Maristas reiteram a importância do trabalho com os gêneros textuais, um conceito fundante
          para o ensino e aprendizagem de Produção Textual. De fato, não é possível promover os multi-
          letramentos sem um trabalho pautado por gêneros. As noções de gênero, tipo e suporte estão

          implicadas na própria definição de letramento, aqui retomada:
                      desenvolvimentos das habilidades que possibilitam ler e escrever de forma

                      adequada e eficiente, nas diversas situações pessoais, sociais e escolares em
                      que precisamos ou queremos ler ou escrever diferentes gêneros e tipos de
                      textos, em diferentes suportes, para diferentes objetivos, em interação com
                      diferentes interlocutores, para diferentes funções. (Glossário CEale/UFMG.
                      Disponível em: www.ceale.fae.ufmg.br/glossarioceale/verbetes/letramento.
                      Acesso em: 26 jan. 2023).
          De acordo com Marcuschi (2008), “O texto pode ser tido como um tecido estruturado, uma

          entidade significativa, uma entidade de comunicação e um artefato sócio-histórico. De certo
          modo, pode-se afirmar que o texto é uma (re)construção de mundo e não uma simples refra-

          ção ou reflexo”. Bakhtin (1992) define o gênero como “tipos relativamente estáveis de enun-


          ciados”, elaborados pelas diferentes esferas de utilização da língua. Grosso modo, podemos
          dizer que os gêneros são “famílias de textos” e os textos são a materialização dos gêneros.
          Essas noções podem ser um tanto abstratas à primeira vista. Por isso, vamos compreender as
          especificidades de cada uma.

          Os gêneros textuais são formas verbais de ação social porque é impossível se comunicar
          verbalmente sem um gênero. Ainda que não tenhamos consciência de uma teoria dos gêneros
          textuais, a nossa comunicação é organizada e mediada por eles. Seja qual for a prática social ou
          o evento de letramento, esses são acompanhados de um acervo de gêneros dos quais dispomos
          para alcançar determinados objetivos.


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