Page 30 - Formação Docente
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O flipped classroom – ou sala de aula invertida –, como exemplo de uma metodolo-
gia ativa, propõe a inversão nas aulas tradicionais. Nessa perspectiva, o professor
em formação pode realizar a leitura anterior ao momento de formação presencial,
no caso das unidades educacionais maristas, às reuniões que ocorrem semanal-
mente. Os responsáveis pela construção das formações podem disponibilizar, vir-
tualmente, textos que possam ser compartilhados com os docentes. As leituras
sugeridas previamente são retomadas e discutidas durante os encontros. A ideia é
que na sala de aula invertida as experiências auxiliem na promoção dos processos
de aprendizagem. Tais estratégias, quando bem aproveitadas, contribuem para
melhor aproveitamento e interesse também dos nossos docentes durante o per-
curso da formação continuada.
Moran (2015) considera a sala de aula invertida um dos modelos mais interes-
santes da atualidade para mesclar tecnologia com metodologia de ensino, pois
concentra no virtual o que é informação básica e, na sala de aula, atividades criati-
vas e supervisionadas, uma combinação de aprendizagem por desafios, projetos,
problemas reais e jogos.
Na formação continuada, o desejo do professor pelo tema Metodologias Ativas
está relacionado ao encontro com respostas mais assertivas às demandas con-
temporâneas. Um ambiente de formação continuada flexível, que valoriza o inter-
câmbio de seus partícipes, interativo, construtor de novas concepções, enfatiza a
necessidade do desenvolvimento de atitudes, habilidades e conhecimentos ne-
cessários aos dias atuais. O tema assume local de destaque como proposta para
novos formatos educacionais, principalmente na relação entre docente e estu-
dante. Moran (2015, p. 17) ainda ressalta que:
se queremos que os estudantes sejam proativos, precisamos ado-
tar metodologias em que [...] se envolvam em atividades cada vez
mais complexas, em que tenham que tomar decisões e avaliar
os resultados, com apoio de materiais relevantes. Se queremos
que sejam criativos, eles precisam experimentar inúmeras novas
possibilidades de mostrar sua iniciativa.
Outro exemplo de metodologia ativa é a “aprendizagem baseada em problemas”,
ou PBL (do inglês, problem-based learning). Nessa estratégia os estudantes são
desafiados a construir uma solução a partir de um problema apresentado. A ideia
é que o próprio processo de buscar variadas maneiras de resolver um desafio seja
pedagogicamente transformador.
A aprendizagem baseada em problemas começou a ser sistematizada na década
de 1960, em escolas de medicina do Canadá e Holanda, e foi levada para outros
campos de conhecimento (BACICH, MORAN (orgs.), 2018). De acordo com BA-
CICH, MORAN (orgs.), 2018, p. 16:
30 Diretrizes Para a Formação Continuada Docente