Page 53 - Diretrizes para Educação Infantil
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Segundo o Projeto Educativo do Brasil Marista (UMBRASIL, 2010), o currículo é
             pensado como:
                        [...] um sistema complexo e aberto que articula, em uma dinâ-
                        mica interativa, o posicionamento político da Instituição, suas
                        intencionalidades, contextos, valores, redes de conhecimentos
                        e saberes, aprendizagens e os sujeitos da educação/aula/escola.
                        No currículo, estabelecem-se os espaços de aprendizagem e os
                        modos de orientar as políticas e práticas educativas, que se cons-
                        troem nas tramas do cotidiano escolar. A construção do currículo
                        é um processo coletivo. Ou seja, ele não é construído para, mas
                        pelos diversos sujeitos que compõem o processo. (UMBRASIL,
                        2010, p. 59).
             Entende-se, assim, que o currículo deve fazer sentido para todos os sujeitos
             implicados no processo de ensinar e aprender, de acordo com suas especificidades
             e características, mantendo o foco na construção de experiências e vivências
             transformadoras, que envolvem o estudante e o educador.
             Na Educação Infantil, o currículo deve ser pensado a partir das especificidades
             dessa etapa da Educação Básica, transformando a perspectiva pautada no
             cumprimento de conteúdos pré-estabelecidos e voltando-se para o desenvolvi-
             mento de objetivos de aprendizagem. Assim, abre-se espaço para pensar um novo
             currículo, pautado nas experiências promotoras de aprendizagens significativas,
             no qual os conteúdos brotam da curiosidade das crianças, como respostas aos
             seus próprios questionamentos.
                        Um currículo emerge da vida, dos encontros entre as crianças,
                        seus colegas e os adultos e nos percursos no mundo. Os “conteúdos”
                        a serem apropriados pelas crianças cumprem o papel de articular
                        a dinâmica das relações e das significações que daí emergem
                        enquanto respostas complexas às perguntas significativas e não
                        mais  fragmentos  de  conhecimentos  específicos.  (BARBOSA,
                        2009, p.50)

             Barbosa (2009), no documento organizado pelo Ministério da Educação e Cultura
             (MEC) sobre as práticas cotidianas da Educação Infantil que servem como base
             para a reflexão sobre as orientações curriculares, chama atenção para alguns
             aspectos importantes sobre o currículo que envolve a ludicidade, a brincadeira,
             o cuidado e o educar e o tempo para as interações entre os pares; favorece o encontro
             e a interlocução entre educador e estudante, em um movimento dialógico de
             ensinar e aprender, compreendendo que nem tudo o que é ensinado está explícito
             no currículo; necessita estar contextualizado com os aspectos culturais e promover
             experiências pedagógicas que tenham sentido e sejam significativas.




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