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A próxima divisão é o tipo por coleção, que se baseia na observação dos vínculos que
podem ser comuns ou diferentes entre elementos. Seguindo no mesmo exemplo,
a criança poderia combinar formas geométricas de cores variadas.
Em seguida temos o tipo em cadeia, que deixa de ter um núcleo comum para ter um
elo seguindo determinado sentido (uma característica, por exemplo) e construindo
uma cadeia conceitual. A criança pode pegar um triângulo azul (forma), depois pega
um quadrado azul (cor), depois um quadrado vermelho (forma), e assim por diante.
Já no tipo difuso a organização dos elementos é realizada com base em vínculos
difusos e indefinidos, combinando elementos concretos diversos. Pode-se dizer
que criança é capaz de realizar agrupamentos utilizando elementos diversos,
considerando os triângulos, depois outra forma que lembre o triângulo, depois
inclui outra forma, e assim por diante.
Por fim, chegamos no tipo pseudoconceito, que representa o elo entre o pensa-
mento por complexos e o pensamento por conceitos. A criança, por meio das
relações sociais que estabelece na família e em outros espaços, tem acesso aos
significados que as palavras possuem para os adultos com quem convive. Assim,
ao se depararem com uma palavra nova, a criança tem acesso a novos significados,
formando seu próprio pensamento para compreender e fazer uso da mesma.
Chegamos na terceira fase que é o pensamento por conceitos. Agora, a palavra
torna-se um signo mediador entre a criança e o mundo real, e a linguagem que foi
internalizada torna-se um grande instrumento de organização do conhecimento.
Todo este processo de formação de conceitos acontece nas relações que os sujeitos
estabelecem na sociedade de modo geral, a partir das suas experiências cotidianas.
Assim, todos os conceitos desenvolvidos no dia a dia da criança baseados em suas
interações são denominados de conceitos espontâneos. Já aqueles que necessitam
de uma organização sistemática, por vezes realizada por um adulto, são chamados
de conceitos científicos. Nesse sentido, é necessário recordar a importância do
papel da escola na organização do trabalho pedagógico para o desenvolvimento
dos conceitos científicos. Porém, há de se lembrar a forma como esses conceitos
serão trabalhados no processo educativo. Por isso, Rego (2005, p. 78) nos mostra que:
Para aprender um conceito é necessário, além das informações
recebidas no exterior, uma intensa atividade mental por parte
da criança. Portanto, um conceito não é aprendido por meio de
um treinamento mecânico, nem tampouco pode ser meramente
transmitido pelo professor ao aluno: “o ensino direto de conceitos
é impossível e infrutífero. Um professor que tenta fazer isso
geralmente não obtém qualquer resultado, exceto o verba-
lismo vazio, uma repetição de palavras pela criança, semelhante
a de um papagaio, que simula um conhecimento dos conceitos
correspondentes, mas na verdade oculta um vácuo”. (Vygotsky,
1987, p. 72 apud REGO, 2005)
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