Page 22 - Diretrizes para Educação Infantil
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O caminho que a Educação Infantil está trilhando, na perspectiva de uma edu-
cação democrática, dialógica, objetivando a formação de cidadãos críticos,
criativos e autônomos, tem como horizonte desenvolver aprendizagens que
serão fundamentais ao longo da vida dos sujeitos. É necessário que a escola
esteja voltada para o desenvolvimento de conhecimentos que não estejam
apenas armazenados “na cabeça” das crianças, mas que possam ser significativos
para a formação enquanto pessoa.
Nessa perspectiva, é necessário que estejamos comprometidos com o desenvol-
vimento de uma escola que considere o estudante como um sujeito que necessita
aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver junto, aprender a ser. Os
quatro pilares da educação para o século XXI (DELORS et al, 1998) afirmam que
“uma nova concepção ampliada de educação devia fazer com que todos pudessem
descobrir, reanimar e fortalecer o seu potencial criativo. (DELORS et al, 1998, p. 90)
Nesse sentido, o sujeito que está dentro da nossa sala de aula é aquele que
aprende a conhecer, fazer, viver junto e a ser. É aquele que está inserido no mundo
de constantes transformações, com possibilidade de acesso a diversos tipos de
informações. São nativos digitais, com acesso às tecnologias, dinâmicos, refle-
xivos e questionadores. As práticas pedagógicas precisam ser pensadas e plane-
jadas para atender esse novo estudante que está presente nas escolas maristas.
1.4.2. Educador
Possibilitar experiência de aprendizagem para as crianças é o grande objetivo do
educador da Educação Infantil, que se torna mediador no processo de desenvolvi-
mento desse sujeito. Além disso, a relação afetiva que se estabelece entre professor
e estudante nesta fase da escolarização é muito marcante.
O lugar ocupado pelo educador da Educação Infantil passou por transformações
nos últimos anos. Vale considerar que, por muito tempo e associado a uma
concepção assistencialista desta etapa de ensino, a formação necessária para
exercer a docência estava mais voltada às habilidades para os cuidados básicos
dispensados às crianças do que para as que envolviam o saber pedagógico. A
exigência de curso superior para atuar em escolas voltadas para a educação na
primeira infância só aconteceu com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases
da Educação (Lei 9.394/1996), exigindo-se, antes desse período, o curso normal
(nível médio) como formação mínima.
Considerando esse cenário, a demanda de transformação desse educador foi
necessária para acompanhar o movimento de ressignificação da Educação
Infantil que, nos últimos vinte anos, deixou para trás uma perspectiva assisten-
cialista, passando a assumir uma perspectiva educacional. Desta maneira, um dos
grandes desafios do atual educador, herdado de antigas concepções, consiste em
equilibrar a perspectiva do cuidado – indispensável para a formação do sujeito
integral – e a perspectiva das intencionalidades pedagógicas, uma vez que não se
pode desconectar da ação docente o estabelecimento de objetivos para promover
aprendizagens significativas.
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