Page 20 - Diretrizes para Educação Infantil
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Assim, o reflexo das documentações sobre a garantia dos direitos das crianças
                      reverbera nos espaços educativos que necessitam se mobilizar para atender
                      essa nova criança. As propostas pedagógicas devem considerar a criança como
                      sujeito socio-histórico, com potencialidades, características e necessidades
                      próprias, em fase de desenvolvimento, e que é capaz de significar as vivências e
                      experiências do seu cotidiano.

                      De acordo com a Matriz Curricular da Educação Infantil para o Brasil Marista (2019),
                                  “[...] os bebês e as crianças são identificados como parceiros dos
                                  adultos no processo educacional evangelizador – parceiros com
                                  os quais é preciso interagir, conversar, negociar e manter uma
                                  relação de profundo respeito, assumindo a responsabilidade
                                  formativa”. (UMBRASIL, 2019, p. 19)
                      O Projeto Educativo do Brasil Marista (UMBRASIL, 2010, p. 17) apresenta como
                      um dos princípios da Educação Marista o protagonismo infantil “como forma de
                      posicionamento no mundo”. Mas o que vem a ser o protagonismo infantil e como
                      percebê-lo na sala de aula?
                      Falar de protagonismo infantil significa possibilitar à criança oportunidades de
                      participação nos diversos espaçotempos escolares, de modo que se sinta livre para
                      expressar suas diferentes linguagens por meio da brincadeira, do movimento, da
                      música, da palavra, do desenho, da escrita, entre outros. Por meio de vivências e
                      experiências significativas, ela é encorajada a assumir responsabilidades, tomar
                      decisões, expressar por si mesma e buscar soluções para os problemas, desenvol-
                      vendo autonomia e construindo a sua subjetividade. Ela terá liberdade para ser
                      criança, assumindo a centralidade do processo educativo evangelizador.

                                 Para saber mais: De acordo com o documento “Evangelização
                                 com as Infâncias” a origem etimológica do termo protagonismo
                                 remete à palavra protagonistés, que, no idioma grego, significava
                                 o ator principal de uma peça teatral, ou aquele que ocupava
                                 o lugar principal em um acontecimento (FERREIRA, 2004). Já o
                                 termo participar vem do latim participare, e de participatio e
                                 parte capere, que significa tomar parte. Em seu sentido etimológico,
                                 participar é receber algo de outro. (UMBRASIL, 2016. P.84)
                      Valdez (2002) destaca que “a pedagogia de modo potencial é uma pedagogia
                      inquieta, aberta à surpresa, seduzida pelo conhecimento, curiosa e ávida por
                      novidade”, na qual os estudantes são instigados a questionar, refletir e duvidar.
                      Assim, na perspectiva do protagonismo infantil, é imprescindível que o currículo
                      e as práticas a ele associadas sejam ressignificados, de maneira que os conhe-
                      cimentos contemplados e as ações pedagógicas desenvolvidas nos diversos




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