Page 17 - Diretrizes para Educação Infantil
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O espaçotempo “considera a inter-relação de tempo e espaço nos quais acontecem
as relações e o processo educativo-evangelizador” (UMBRASIL, 2016, p. 14)
e se materializa na dinâmica das interações entre os sujeitos socio-históricos,
considerando a pluralidade de conhecimentos, as vivências e as experiências em
prol do desenvolvimento das crianças. Nessa perspectiva, a aprendizagem
desenvolve-se a partir do protagonismo infantil; considera os diversos saberes
de um sujeito em desenvolvimento; é pautada no acolhimento às diversidades e
contribui para a formação de uma cidadania planetária.
Para saber mais: “Cidadania planetária é uma expressão adota-
da para designar um conjunto de princípios, valores, atitudes e
comportamentos que demonstram uma nova consciência sobre o
planeta Terra e uma nova relação com ele. O conceito tem a ver
com a percepção, cada vez mais necessária, de que somos todos
habitantes de uma única casa, de uma única morada, de uma
única nação. Trata-se de um referencial ético/estético que
considera a Terra como organismo vivo e nossa casa comum”.
(UMBRASIL, 2010, p.18)
Na Educação Infantil, o espaçotempo configura-se como lugar da brincadeira, do
lúdico, da interação entre os pares, da curiosidade, do despertar para descobertas,
da pesquisa, da tecnologia, da construção de hipótese, do riso, da fala, do diálogo, do
movimento, da criatividade, da imaginação, da percepção de mundo, do conheci-
mento, das vivências e experiências. “Desse modo, ele não é neutro nem desprovido
de intenções, ao contrário, sempre tem algo a dizer, a oferecer e a concretizar em
relação com alguma atividade pastoral-pedagógica”. (UMBRASIL, 2018, p. 31)
Nessa perspectiva, é importante que o educador perceba o espaçotempo pastoral-
-pedagógico como um ambiente potente no desenvolvimento de novas apren-
dizagens, transcendendo o espaço físico da sala de aula e considerando o tempo
como aliado no processo de desenvolvimento de cada sujeito.
1.4. Sujeitos da Educação Infantil
A escola não existe apenas por seu espaço físico e concreto, mas também se
constitui pela presença dos sujeitos que dela fazem parte: sujeitos que se relacionam
e dialogam, fazendo da escola um espaço de construções sociais.
Nesse sentido, o Projeto Educativo do Brasil Marista (UMBRASIL, 2010) inspira-nos
a refletir sobre quem são os sujeitos que fazem parte da Educação Infantil marista.
Compreendido na sua inteireza, o indivíduo forma-se a partir de seu contexto
socio-histórico, das relações que estabelece com seus pares, das experiências que
vivencia nos diversos espaços sociais e culturais onde está inserido. Essa pers-
pectiva supera um entendimento fragmentado e até dicotômico do sujeito, ao
valorizar um discurso que coloca de um lado razão, corpo, social, afetivo e, de
outro, emoção, alma, individual e cognitivo.
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