Page 21 - Diretrizes para Educação Infantil
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espaçotempos da Educação Infantil sejam formadores da criança na sua dimensão
integral, “potencializando-a em suas dimensões física, afetiva, moral, espiritual
e intelectual, reconhecendo suas capacidades, propondo uma formação com base
em experiências significativas”. (UMBRASIL, 2016, p.60)
Aliada a uma ressignificação do currículo é importante que haja um espaço propício
para a expressão infantil na sala de aula, no qual as linguagens sejam exercitadas
por meio da participação das crianças na proposição, negociação, execução e
gestão de propostas relacionadas ao seu contexto. Zabalza (1998, p. 51) analisa
que é preciso “tornar possível e estimular todas as crianças a falarem; criar
oportunidades para falas cada vez mais ricas por meio de uma interação educador
- criança que a faça colocar em jogo todo o seu repertório e superar constante-
mente suas estruturas prévias”.
Para que o protagonismo infantil floresça, é necessário que o educador perceba
a sua função de promotor de novas experiências, compreendendo as singularidades
do tempo de ser criança. Respeitar os interesses e as necessidades da criança é
fundamental para que ela se sinta participante do próprio processo educativo.
Dal Soto (2014) nos lembra sobre como os estudantes conferem significado
às vivências realizadas no contexto escolar, conseguindo perceber o ambiente
pedagógico onde estação inseridos. Os conhecimentos que os estudantes têm
devem ser pensados no momento da elaboração dos planejamentos e das ativi-
dades, “de forma a tornar nossa prática colaborativa, onde crianças e professoras
são intérpretes e protagonistas dos processos de ensinar e aprender”. (DAL SOTO,
2014, p. 133)
Para isso, as instituições de educação da infância precisam se
voltar à promoção de experiências em que as crianças se sintam
participantes, sintam-se parte do que é planejado, pensado para
elas realizarem, que possam decidirem, escolherem, enfim,
viverem o exercício da escolha e da decisão, que é indispensável
para a participação. É preciso construir um cotidiano educativo
dialógico, um cotidiano onde a prática de escuta ao outro é
oportunizada e sustentada, onde escutar não se faz pela seleção
do que interessa ao adulto, mas sim por um processo funda-
mentado na liberdade de dizer e na certeza de ser escutado, que
a criança possa se sentir valorizada em suas possibilidades
comunicativas e participativas. Construindo assim um
processo educativo aberto, desafiante, ético e com sentido para
professores e crianças. (DAL SOTO, 2014, p. 133)
Diante disso, é importante que as crianças sejam convocadas a participar e a
protagonizar ações construtivas na escola, envolvendo-se na solução de problemas
reais, atuando como fonte de iniciativa, liberdade e compromisso no contexto
escolar. O envolvimento efetivo das crianças nas experiências propostas no
ambiente escolar, segundo sua história e conhecimentos, ajuda a desenvolver
nelas a responsabilidade e a concepção de respeito e compromisso, disseminando
suas ideias com participação autêntica nas suas relações sociais.
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