Page 16 - Diretrizes para Educação Infantil
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Nesse sentido, uma das funções da educação seria, portanto, mapear as ações que
as crianças são capazes de realizar sozinhas e planejar situações com pares ou
interlocutores mais experientes para que elas possam avançar em seu processo
de desenvolvimento.
No contexto dessa escola de pensamento, a experiência social tem uma impor-
tância crucial para o desenvolvimento. Os instrumentos físicos (lápis, compu-
tadores, ferramentas etc.) e os simbólicos (cultura, valores, hábitos) colocados
à disposição das crianças influenciam a formação das capacidades intelectuais
básicas. Dessa forma, sob uma perspectiva histórico-social, não basta permitir
a interação entre as crianças e os interlocutores mais experientes. É também
necessário pensar a respeito dos instrumentos simbólicos e físicos colocados à
disposição das crianças.
Assim, entendemos que a organização do espaço pedagógico deve proporcionar
situações de aprendizagens que:
• permitam aos estudantes estar diante de problemas a serem resolvidos e que
busquem soluções de forma criativa;
• possibilitem maior proximidade com as reais práticas sociais, ambientais
e culturais que servem de incentivo para a imaginação e a construção de
hipóteses dos estudantes;
• estimulem a curiosidade infantil, para que os estudantes se sintam à vontade
para formular questionamentos sobre as situações de seu cotidiano;
• ofereçam liberdade para que os estudantes expressem suas ideias e seus
pensamentos sobre as situações do universo infantil, e para manifestar hipóteses
e possíveis soluções para as problemáticas surgidas no contexto escolar;
• favoreçam o desenvolvimento do protagonismo infantil;
• proporcionem interação entre os estudantes para que compartilhem saberes
e conhecimentos entre os pares;
• permitam aos estudantes estabelecer relações entre os conhecimentos já
construídos e os novos, evidenciando o caráter da aprendizagem significativa.
1.3. Espaçotempo da Educação Infantil
Observa-se que o acesso às mais diversificadas informações, dentre as inúmeras
mudanças ocorridas no mundo contemporâneo, é uma das que repercute com mais
intensidade no meio educacional. Desta forma, a escola dever ser espaço de oportu-
nidades para que as crianças, curiosas e questionadoras por natureza, desenvolvam
a capacidade de articular todas essas informações, e deve incentivá-las a manter
uma postura investigativa frente à realidade. Diante disso, é importante que a escola
promova diferentes momentos para a experimentação e para a pesquisa.
Neste sentido, a escola marista é compreendida como lugar de “educação, de
evangelização, de produção e circulação de culturas, de elaboração/reelaboração
de saberes e conhecimentos e de produção de sujeitos pautados nos valores
cristãos – enfim, como espaçotempo de proposição de novos paradigmas curri-
culares”. (UMBRASIL, 2010, p. 53)
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