Page 120 - Diretrizes para Educação Infantil
P. 120

Narramos a seguir um exemplo do nascimento de um projeto, a partir do relato da
                      educadora, apresentado por Hoffmann (2015):

                                 “Hora do “brinquedo livre”. Um grupo de quatro meninos, numa
                                 mesa, brinca com seus bonecos (tartarugas ninjas). Os bonecos
                                 começam a lutar ente si, manipulados por eles, a briga fica
                                 violenta, um bate no outro. Um menino chora. Intervenho,
                                 converso com os envolvidos, a brincadeira continua e a minha
                                 observação também. Dali a alguns segundos, a mesma cena:
                                 começam a brigar entre si... com suas tartarugas ninjas. Proponho
                                 brincarmos com “massinha”, e o grupo aceita. Faço (tento imitar)
                                 uma tartaruga ninja, usando massa verde e vermelha. As crianças
                                 vibram e, no mesmo instante, todas da turma começam a mo-
                                 delar, a confeccionar suas tartarugas ninjas. Elas ficam muito
                                 envolvidas na atividade. Eu aproveito o momento e pergunto às
                                 crianças “coisas” sobre aquela espécie de tartaruga: O que comem?
                                 Onde moram? Elas têm que nome? O que gostam de fazer?
                                 Por meio desse diálogo e com as informações trazidas pelo grupo,
                                 ficou evidente para mim que seria muito interessante conhecermos
                                 as tartarugas. Não havia como ignorar esse assunto, porque as
                                 “ninjas” eram o universo que as crianças conheciam. Era preciso
                                 proporcionar-lhes outras experiências, trocar pontos de vista so-
                                 bre as tartarugas...” (HOFFMANN, 2015, p. 79 apud SEVERO in
                                 REDIN et al., 2012, p. 145-146).


                      5.3.2. Organizando a trilha investigativa
                      Após a definição do problema (ou tema), já sabendo aquilo que as crianças
                      desejam investigar e aprender, é necessário organizar como esse trabalho de
                      pesquisa e de investigação será realizado. Aqui, as perguntas são dirigidas ao
                      educador: Como o projeto será desenvolvido? O que precisa ser feito? Como será
                      planejado? Quais atividades serão propostas? Quais materiais serão utilizados?
                      Agora é o momento de planejar as experiências, vivências, atividades, pesquisas,
                      utilizando os recursos e materiais disponíveis, explorando os diversos espaços
                      da escola, registros dos momentos vivenciados. Todo o planejamento do projeto
                      deve estar articulado aos campos de experiência e aos objetivos de aprendizagem
                      e desenvolvimento.
                      Quando iniciamos uma pesquisa é necessário coletar as informações sobre
                      aquilo que vai ser investigado. É importante colocar à disposição dos estudantes
                      diversas fontes e possibilidades para pesquisa, seja na sala de aula ou em outros
                      espaços da escola, como laboratórios, bibliotecas, horta, parquinho, entre outros.
                      As crianças devem ser envolvidas para participar desse momento. Elas podem
                      opinar e sugerir fontes e formas de pesquisa.



                                                   Diretrizes para Educação Infantil 119
   115   116   117   118   119   120   121   122   123   124   125