Page 116 - Diretrizes para Educação Infantil
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•   Aprender a conhecer. Prioriza-se o domínio dos próprios instrumentos do
                         conhecimento, considerado como meio e como fim. Meio, enquanto forma
                         de compreender a complexidade do mundo, condição necessária para viver
                         dignamente, para desenvolver possibilidades pessoais e profissionais para
                         se comunicar. Fim, porque seu fundamento é o prazer de compreender, de
                         conhecer e de descobrir.
                      •   Aprender a fazer. Proporciona forma mais ampla, envolve competências e
                         habilidades que torna o indivíduo apto para enfrentar numerosas situações,
                         algumas das quais são imprevisíveis, além de facilitar o trabalho em equipe.
                      •   Aprender a ser. Supõe a preparação do indivíduo para elaborar pensamentos
                         autônomos e críticos e para formular os seus próprios juízos de valor, de modo a
                         poder decidir por si mesmo, frente às diferentes circunstâncias da vida.
                      •   Aprender a conviver. Envolve valores, respeito dos outros, de sua história,
                         tradições e espiritualidade. Cria-se um novo espírito que [...] conduza à reali-
                         zação de projetos comuns ou, então, a uma gestão inteligente e apaziguadora
                         dos inevitáveis conflitos. (DELORS, 2001, p.99-100)
                      Na Educação Infantil, essa perspectiva tende a ser mais aplicada, já que não há
                      conteúdos isolados em disciplinas, além de haver toda uma visão integral do de-
                      senvolvimento infantil, entendimento contido nos quatro pilares apresentados.
                      Assim, reforça-se a ideia da importância da perspectiva do trabalho por projetos,
                      entendendo que o mundo da criança é um universo e, portanto, aberto para ser
                      compartilhado.
                      Dessa maneira, o projeto se constitui como um plano de ação intencional que tem
                      como objetivo desvendar, descobrir possíveis soluções à uma questão proposta e
                      que caminha pelos terrenos da criatividade, imaginação, exploração e organização,
                      na busca por possíveis respostas. Segundo Barbosa e Horn (2008):
                                  Os projetos permitem criar, sob forma de autoria singular ou de
                                  grupo, um modo próprio para abordar ou construir uma questão
                                  e respondê-la. A proposta de trabalho com projetos, possibilita
                                  momentos de autonomia e de dependência do grupo; momentos
                                  de cooperação do grupo sob uma autoridade mais experiente e
                                  também de liberdade; momentos de individualidade e de socia-
                                  bilidade; momentos de interesse e de esforço; momentos de jogo
                                  e de trabalho como fatores que expressam a complexidade do
                                  fato educativo. (BARBOSA; HORN, 2008. p. 31)
                      Dessa forma, os projetos se organizam para responder à curiosidade dos estudan-
                      tes sobre os fenômenos de seu cotidiano. A partir dos questionamentos gerados
                      no coletivo ou individualmente, as crianças são convidadas a pesquisar, observar,
                      pensar, duvidar, argumentar, opinar, refletir, organizar informações, construindo
                      novas aprendizagens. Enfim, os projetos “são elaborados e executados com as
                      crianças e não para as crianças”. (BARBOSA; HORN, 2008, p. 34)




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