Page 113 - Diretrizes para Educação Infantil
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Outras atividades acontecem a partir do planejamento do educador, que vai
             pensar e refletir sobre como organizar experiências e vivências articuladas aos
             campos de experiências e aos objetivos de aprendizagem, contextualizadas com
             a temática que está sendo desenvolvida naquele projeto pedagógico, para que
             tenham sentido para o estudante.

                       Atenção: Algumas atividades são encaminhadas para casa, para
                       que a família realize juntamente com o estudante. É necessário
                       refletir sobre a intencionalidade pedagógica dessa prática, o seu
                       nível de dificuldade, para que a criança possa realizá-la com au-
                       tonomia, sendo acompanhada pelos responsáveis. Importante
                       também refletir quanto à frequência dessas atividades, para que
                       ações comumente praticadas no Ensino Fundamental não sejam
                       replicadas na Educação Infantil.

             Assim, essas atividades não se restringem ao registro em folha de papel, de forma
             individual ou coletiva. Elas também podem ser realizadas por meio de experiências
             diversas: construção de maquetes, fabricação de objetos e produtos, entre outras
             atividades que levem para a Educação Infantil a perspectiva da cultura maker,
             ou seja, faça você mesmo.
             Além das atividades planejadas, há as que crianças vivenciam de forma
             livre, considerando suas escolhas, sem o direcionamento do educador – como
             por exemplo as brincadeiras livres no parquinho ou na sala de aula – que
             também são momentos importantes para elas, pois estão convivendo, intera-
             gindo e aprendendo por meio das relações sociais que estabelecem entre os
             pares. Nessas atividades, a intencionalidade pedagógica do educador se confi-
             gura a partir da observação atenta, escuta ativa para como os estudantes estão
             estabelecendo suas relações, sobre como sua subjetividade se manifesta
             coletivamente, como se posicionam e reagem frente às situações de conflito,
             e como se expressam livremente. Configura-se também a partir do seu papel de
             mediador das relações e das situações de conflito que eventualmente venham a
             surgir, dialogando e refletindo com as crianças para que elas construam juntas a
             melhor solução para a questão.
             Dessa forma, organizar as atividades e experiências que vão compor o cotidiano
             da Educação Infantil requer: conhecimento prévio das crianças para quem essas
             atividades se destinam, para que seu protagonismo seja garantido; contextua-
             lização com os projetos que estão sendo desenvolvidos, para que não se tornem
             atividades soltas, sem sentido, apenas para preencher o tempo; intenciona-
             lidades pedagógicas, vinculadas aos campos de experiências e aos objetivos de
             aprendizagem; planejamento do tempo destinado às atividades, de modo que ele
             possa ser agente potencializador dessas experiências.





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