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5.5. Transição da Educação Infantil para o 1º ano do Ensino Fundamental
A transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental requer um olhar
especial para que não haja uma ruptura dos processos pedagógicos entre estas
duas etapas da Educação Básica.
De acordo com a BNCC (2017), o equilíbrio, a integração e a continuidades do
processo de aprendizagem são fundamentais na chegada da criança nessa nova
etapa do seu processo de escolarização. Nesse sentido, é necessário que tanto os
educadores quanto os estudantes compreendam que essa transição é realizada
com base nos conhecimentos construídos e que devem ser considerados para a
nova fase que se iniciará no Ensino Fundamental.
O simples fato de as crianças deixarem a Educação Infantil rumo ao primeiro ano
do Ensino Fundamental não significa que os processos de aprendizagem estão
totalmente consolidados. E também que elas já estão “prontas” para ingressar
numa perspectiva educacional diferente, que entende o currículo a partir de habi-
lidades e áreas do conhecimento.
Desse modo, todos (equipe gestora, coordenação pedagógica e educadores)
devem assumir o compromisso de garantir que essa transição seja feita de forma
contínua, e com o acolhimento necessário para que as crianças se sintam perten-
centes à esta nova etapa e seguras para continuarem se desenvolvendo plena-
mente. Algumas práticas adotadas na Educação Infantil ainda podem fazer parte
do cotidiano do Ensino Fundamental, tais como, a ludicidade, as brincadeiras, as
rodas de conversa, contações de histórias, entre outras que considerem a infância
na sua essência.
O diálogo e a partilha de informações sobre o desenvolvimento da turma e dos
estudantes individualmente devem fazer parte dessa transição que acontece
envolvendo os educadores e equipe técnica pedagógica. Também é importante
que se crie esse rito de passagem para as crianças, para que a chegada à nova série/
ano seja momento de alegria e novas descobertas.
A família também deve fazer parte deste processo de acolhimento na nova fase,
uma vez que as novidades também podem gerar angústias, sobretudo quanto ao
processo de letramento e alfabetização. As dúvidas e inseguranças devem ser
recebidas e dialogadas para que esse seja um processo natural de continuidade da
vida escolar das crianças.
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