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Por fim, esta forma de conceber o cotidiano confere à criança a oportunidade de
participar no planejamento das atividades, nas quais ela pode expor seus temas
por interesse, aprender a negociar dentro do próprio grupo e, ainda, inserir-se na
grande jornada de construção do respeito, da participação com responsabilidade,
da definição de objetivos e metas. É a criança aprendendo a situar-se, a posicio-
nar-se, a ocupar espaços. E ainda, as atividades revestem-se de um caráter lúdico
intenso, pois é a partir da brincadeira que a criança constrói o seu conhecimento,
expressa sentimentos e emoções, resolve conflitos, aprende a conviver, estrutura
valores essenciais à sua vida, assimilando a cultura do mundo onde está inserida.
5.1. Espaçotempo da Educação Infantil Marista
Ao falarmos sobre o cotidiano, percebemos que ele se faz presente na relação
entre o espaço e o tempo do processo educativo evangelizador, na qual as relações
e as trocas entre os sujeitos e entre sujeitos e ambiente acontecem, dando origem,
assim à dimensão do espaçotempo.
Nesse sentido, são constituídos como elementos fundamentais do processo
educativo e neles estão refletidas as concepções de educação assumidas pela escola,
influenciando o processo de ensino e aprendizagem, auxiliando na construção
da autonomia e no desenvolvimento integral do estudante. É importante que a
escola seja um ambiente acolhedor, onde os educandos sejam motivados a
desenvolver suas potencialidades, vivenciando diversas experiências e descobertas.
O espaçotempo da Educação Infantil marista organiza-se na dimensão das práticas
pedagógicas do cotidiano que potencializam o processo de aprendizagem e
desenvolvimento do estudante. Considera como terreno fértil para o amadure-
cimento destas potencialidades a criação, a invenção, as tecnologias, a interna-
cionalização, sempre entrelaçadas com os eixos estruturantes das interações e
brincadeiras, e com a proposta de uma educação evangelizadora, pautada em
valores cristãos.
Assim, a dinâmica do espaçotempo da criação pressupõe organizar o cotidiano
de modo que a criatividade, a imaginação, a fantasia, a liberdade de expressão, as
múltiplas linguagens estejam presentes, e que o estudante possa expressar aquilo
que sente e pensa, seja por meio da oralidade, do movimento, do correr, do pular,
do dançar, do pintar, do modelar, do montar, do brincar.
Proporcionar condições para que o estudante possa criar, imaginar, buscar soluções
criativas para resolução dos problemas do cotidiano (que envolvem a busca por
respostas para as questões que surgem nos projetos, ou que são necessárias para
solucionar os conflitos com os colegas), é investir no desenvolvimento do
pensamento reflexivo e crítico. Seja na realização dos projetos, nas atividades do
brincar, sociais e lúdicas, nossa prática pastoral pedagógica busca desenvolver ao
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