Page 97 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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•   DI moderada: situação em que se observa progresso lento na dimensão
                       acadêmica e escolar, na comunicação e nas relações sociais, necessitan-
                       do de assistência constante nos estudos, no trabalho e na vida cotidiana
                       para suas realizações e sua qualidade de vida.

                    •   DI grave: observa-se alcance limitado nas habilidades conceituais, na
                       comunicação e nas relações sociais, necessitando de apoio sistemático e
                       constante de maior intensidade ao longo da vida em todas as dimensões.
                    •   DI profunda: as habilidades conceituais costumam aplicar-se mais ao
                       ambiente físico, com dificuldade nos processos simbólicos. As dificul-
                       dades são mais acentuadas nos domínios social, de comunicação e da
                       vida diária.


                    A despeito dos níveis de gravidade indicados na abordagem clínica, as pes-
                    soas aprendem e desenvolvem-se ao longo da vida. Com apoios individuais
                    convergentes com suas necessidades educacionais, os resultados no desen-
                    volvimento e nas habilidades conceituais e práticas são evidentes. Há risco
                    de rotulagem e descrédito das pessoas com deficiência intelectual quan-
                    do esses critérios de classificação são utilizados. Recomenda-se precaução
                    quanto ao seu uso na escola, de modo a prevenir discriminação, preconcei-
                    to, resistência à inclusão escolar do educando ou expectativas desfavoráveis
                    quanto aos processos de ensino e aprendizagem.
                    12.3.4  Gestão dos processos de ensino-aprendizagem na
                    classe inclusiva
                    Estudantes com DI apresentam prejuízos na estruturação e construção do
                    conhecimento, lidam de forma peculiar com os saberes, além de apresen-
                    tarem dificuldades cognitivas. Sob a luz da educação inclusiva, entende-se
                    que o ato de ensinar é coletivo e político, no qual o estudante deve ser
                    o protagonista, emancipador e autônomo de sua aprendizagem, tirando
                    do professor a possibilidade de interferência para submetê-lo ao que ele
                    acredita que os educandos são capazes de aprender ou não. Os estudantes
                    com DI devem participar por igual de todos os processos, e o professor deve
                    estimulá-los a avançarem na sua compreensão, desafiando-os a enfrenta-
                    rem conflitos cognitivos, assumindo papel de mediador na construção de
                    conhecimento.

                    Crianças com deficiência intelectual precisam exercitar a capacidade de
                    construir informações e conceitos de forma progressiva. Pesquisas acon-




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