Page 95 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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• Limitado: apoio consistente, nos momentos necessários, mas por perí-
odo limitado de tempo, embora não intermitente.
• Contínuo: apoio aplicado com regularidade (por exemplo, diário, se-
manal etc.) em pelo menos alguns ambientes (escola, trabalho, lar),
sem limitações quanto ao tempo.
• Pervasivo: apoio constante, de alta intensidade, nos diversos ambien-
tes, potencialmente durante o ciclo de vida. Envolve uma equipe maior
de pessoas administrando os apoios.
Vários fatores são considerados na definição dos apoios, incluindo: tempo
de duração (período de tempo em que os apoios são necessários); frequência
com que são utilizados; ambientes em que são necessários; recursos deman-
dados; e níveis de envolvimento dos apoios na vida da pessoa.
Adequada avaliação da intensidade dos apoios necessários define os pro-
cedimentos para sua planificação, visando ao impacto para o estudante:
independência; relacionamento; cooperação; participação escolar e comu-
nitária; bem-estar pessoal e outros. Nessa perspectiva, os apoios são passíveis
de capacitar a pessoa a ter acesso a informações; firmar relacionamentos em
ambientes diversos; integrar-se de modo crescente; e melhorar seu desenvol-
vimento pessoal. A escolarização tem significativo papel nessas aquisições.
12.3.2 Abordagem histórico-cultural
A vertente histórico-cultural foi desenvolvida nos estudos defectológicos de
Lev Vigotski e enfatiza o papel constitutivo da cultura no desenvolvimento
humano, do mesmo modo que considera a influência do ser humano na
constituição da cultura (VIGOTSKI, 1995). Esse autor explica a deficiência
intelectual como resultado das respostas sociais às limitações da pessoa. A de-
ficiência é vista como condição social culturalmente provocada, mesmo na
presença de componente orgânico. É representada por limitações no desen-
volvimento cultural da pessoa e pelas dificuldades na interiorização da lin-
guagem, com prejuízo para a formação das funções psicológicas superiores.
Nessa concepção, Vigotski (1995) enfatizou a importância da educação
social da criança com deficiência, de modo a favorecer a compensação de
suas dificuldades. Trata-se de um processo natural do ser humano que
funciona como constituinte de seu desenvolvimento e de seu comporta-
mento. Nesse sentido, cabe à escola contribuir para a compensação social,
uma vez que nem sempre é possível compensar o problema orgânico do
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