Page 94 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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Observam-se na Figura 2 as cinco dimensões envolvidas no funcionamento
da pessoa, implicadas no conceito de deficiência intelectual: habilidades in-
telectuais, comportamento adaptativo, saúde, participação e contexto, sendo
essas dimensões significativamente influenciadas pelos sistemas de apoio. O
que ocorre é que as duas primeiras dimensões são básicas para a determinação
do diagnóstico, uma vez que a avaliação tanto das habilidades intelectuais
quanto do comportamento adaptativo demonstra limitações significativas
nessas áreas do desenvolvimento pessoal. A limitação significativa no fun-
cionamento pode representar desvantagens para a pessoa em situação de
deficiência na sociedade. Demonstra que a inteligência continua sendo um
elemento relevante para o diagnóstico, apesar de não ser o único critério a
defini-lo. Nesse sentido, a deficiência intelectual (DI), por um longo período,
foi definida com base exclusivamente em testes quantitativos da inteligência.
Essa abordagem pauta-se pelo funcionamento da pessoa dentro do contexto
comunitário em que vive, levando em conta a diversidade cultural e as
diferenças na comunicação e no comportamento em relação aos pares e à
cultura. Alguns pressupostos, apresentados a seguir, são considerados nessa
perspectiva.
• A identificação de limitações tem como objetivo promover os apoios
necessários ao estudante, buscando-se evitar rotulagem e exclusão.
• Com apoios individuais adequados e pelo tempo necessário, a funcio-
nalidade da pessoa evidencia melhora na aprendizagem, no desenvol-
vimento e na participação social.
• A despeito de dificuldades, todas as pessoas aprendem por toda a vida,
sendo capazes de obter êxito em suas realizações, participar na comuni-
dade com sucesso e contribuir para o bem comum.
• Mediante um currículo acessível e com apoios individuais, o estudante
com deficiência intelectual pode alcançar bons resultados escolares.
A AAIDD deixou de usar classificações para a pessoa em situação de defici-
ência desde seu manual publicado em 1992, passando a adotar a classifica-
ção dos sistemas de apoio. Desde então, a seguinte classificação é proposta
(AAMR, 1992).
• Intermitente: apoio episódico, baseado em necessidades específicas e
oferecido em certos momentos, em tempo limitado, particularmente
em momentos de transição no ciclo de vida da pessoa.
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