Page 89 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
P. 89
• abrir espaço para os estudantes experimentarem e desejarem, na posi-
ção de sujeitos, oportunidade de trocas e estabelecimento de relações
sociais e grupais significativas;
• compartilhar experiências socioculturais que permitam o exercício da
cidadania, por meio das vivências na escola e, em particular, nos espa-
ços e momentos privilegiados da sala de aula.
Os maiores desafios para a aprendizagem dos estudantes surdos na classe
comum decorrem das práticas pedagógicas adotadas, inclusive das meto-
dologias de ensino, que não oferecem acessibilidade e desconsideram as
diferenças e singularidades. As dificuldades são atribuídas apenas aos li-
mites da capacidade auditiva do estudante. Algumas orientações, descritas
abaixo, podem ainda ser adotadas no que diz respeito ao processo avaliativo
(ALVES; FERREIRA; DAMÁZIO, 2010).
• A avaliação precisará de registro com relatórios periódicos dos avanços
estudantis.
• Quando necessário, a prova ou a atividade deve ser lida para o estu-
dante.
• Em instrumentos avaliativos para os casos mais severos, além da Libras
pode ser necessário utilizar recursos multissensoriais.
• Se preciso, é possível reconsiderar alguns critérios de avaliação de modo
a focar na evolução da aprendizagem adquirida pelo estudante, e não
nos erros gramaticais apresentados.
12.2.3 Comunicação da pessoa com DA
Para Damázio (2007), existem três vertentes educacionais historicamente
adotadas para a educação e a comunicação das pessoas com surdez: o ora-
lismo, a comunicação total e o bilinguismo. Considera-se o bilinguismo a
vertente mais adequada à promoção e inclusão desse estudante no contexto
social, visando à capacitação do surdo para utilizar a Língua Brasileira de
Sinais (primeira língua) e a Língua Portuguesa (segunda língua na moda-
lidade escrita), de modo que desfrute efetivamente de seus direitos e tenha
suas habilidades e competências desenvolvidas. Dessa forma, o trabalho
pedagógico envolvendo estudantes com surdez nas escolas comuns deve
ser desenvolvido em um ambiente bilíngue, no qual seja utilizada a Línguas
de Sinais e a Língua Portuguesa na modalidade escrita. O intérprete pode
89