Page 96 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
P. 96
estudante. Com base nesse entendimento, algumas sugestões para a comu-
nidade escolar podem ser:
• responder às dificuldades do estudante com aceitação, acolhimento,
apoio e colaboração;
• favorecer a participação do estudante como sujeito ativo e participati-
vo em seu grupo de pares e com os demais membros da escola;
• enfatizar papéis socialmente valorizados, abrindo espaço de atuação do
estudante junto aos pares e aos outros sociais;
• oportunizar a construção de relações sociais capazes de prevenir senti-
mentos de exclusão, menos-valia e baixa autoestima do estudante e de
maximizar seu engajamento na cultura, na comunidade e nas práticas
pedagógicas da escola.
A escola constitui um ambiente favorável ao desenvolvimento de proces-
sos mediadores das funções psicológicas superiores da criança. Em razão
disso, a intervenção escolar não deve dirigir-se diretamente à natureza da
deficiência, mas ao seu efeito na vida social da criança, abrindo espaço para
que possa capacitar-se a construir instrumentos psicológicos renovados e
diferenciados dos que são culturalmente convencionais (TUNES, 2003),
possibilitando-lhe, ainda, construir formas alternativas e criativas de inte-
ração no ambiente.
12.3.3 Abordagem biomédica
A concepção biomédica enfoca, entre outros aspectos, a categorização da
deficiência intelectual. A Associação Psiquiátrica Americana – APA (2014)
classifica a deficiência intelectual de acordo com níveis de gravidade, tendo
como base o funcionamento adaptativo, caracterizando cada nível como
exposto a seguir.
• DI leve: presença de dificuldades conceituais e na aprendizagem de
habilidades acadêmicas; no uso do pensamento abstrato; função exe-
cutiva (planejamento, solução de problemas, estabelecimento de prio-
ridades, etc.); abordagem mais concreta frente aos problemas e solu-
ções, em comparação com seu grupo etário. Imaturidade nas relações
sociais; nas comunicações; na regulação das emoções e no comporta-
mento; na capacidade de julgamento; compreensão limitada de riscos
e cuidados com segurança pessoal. Necessidade de apoio para suas
realizações e avanços nas diversas dimensões.
96 Diretrizes Curriculares Maristas