Page 66 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
P. 66

O processo ideal de avaliação no contexto da inclusão é aquele no qual o
          percurso do estudante seja avaliado como um todo e se baseie na evolução
          de suas competências, habilidades e seus conhecimentos (PERRENOUD,
          1999). Devendo, ainda, ser valorizado o progresso do educando no que diz
          respeito à organização de estudo, ao tratamento das informações e à intera-
          ção social. A avaliação deve ser dinâmica, contínua, mapeando os avanços e
          retrocessos, bem como os progressos e as dificuldades de todos os educandos.
          É preciso também que o estudante e a família estejam envolvidos nesse proces-
          so, no sentido de autoavaliação. Faz-se necessário que o educando que apre-
          sente alguma necessidade educacional especial também conheça suas dificul-
          dades, não as utilizando como um artifício facilitador, mas reconhecendo sua
          forma de assimilação do conhecimento para que consiga, junto com os profis-
          sionais envolvidos no seu acompanhamento, criar estratégias para superá-las.
          Nesse contexto, cabe mencionar que a aprendizagem do conteúdo curricular
          ministrado é de fundamental importância, respeitando-se as limitações de
          cada um dos estudantes. O que se estabelece é que os conteúdos e a avaliação
          sejam planejados dentro do contexto da pluralidade, de forma que o estímulo
          seja contínuo, valorizando as potencialidades de cada educando. Segundo
          Hoffman (2005), as diferenças na escola devem ser valorizadas a partir das
          relações de alteridade, inclusive professor-aluno, implicando processos de
          transformação e criação, pautados por novas formas de ensinar e de aprender.
          Já Moojen (1999) destaca que os termos dificuldade, distúrbio ou transtorno
          são muitas vezes utilizados como se tivessem o mesmo significado, o que
          é um equívoco, pois tratam de quadros diagnósticos diferenciados. Desse
          modo, compreende-se que tais conceitos devem ser percebidos de acordo
          com suas particularidades, assim como o processo da avaliação deve ser pen-
          sado de modo diferenciado para casos de necessidade educacional especial.
          Com isso, não se quer direcionar a uma avaliação especial ou diferenciada
          para todos os casos, mas se quer destacar que a equipe pedagógica da escola
          deve analisar cada caso para verificar a necessidade de propor alguma inter-
          venção específica no modo de aplicação da prova ou mesmo na criação de
          critérios diferenciados de correção, em casos mais severos. É importante
          lembrar apenas que o foco principal da avaliação deve estar direcionado aos
          objetivos propostos para o educando.
          Por um lado, um fator relevante é a necessidade de se desmistificar o fato
          de que, diante da presença de laudo, a criança ou o adolescente está apto à
          aprovação. É imprescindível lembrar que o fazer da sala de aula é pedagógico,



           66  Diretrizes Curriculares Maristas
   61   62   63   64   65   66   67   68   69   70   71