Page 63 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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Nesse entendimento, Macedo (2005) orienta que o educador elabore crité-
                    rios de avaliação para além da nota. O que se propõe é a flexibilidade quanto
                    às práticas educativas, no sentido de compreender a evolução do estudante
                    como um todo, adequando-se o currículo às suas possibilidades. Segundo
                    Guijarro (1992) e Manjón, Gil e Garrido (1995), adequações não signi-
                    ficativas (ou de pequeno porte) do currículo não implicam a necessidade
                    de excluir conteúdos curriculares ou mesmo reduzi-los. Dizem respeito a
                    medidas adaptativas que se aproximam do nível da turma. A proposta é que
                    o professor atue com estratégias de ensino diferenciadas e instrumentos ava-
                    liativos diversificados, ambos aproximados ao máximo da turma como um
                    todo, sem ignorar as necessidades especiais dos alunos da sala.
                    Um currículo flexível mantém os mesmos objetivos gerais do planejamen-
                    to pedagógico. No entanto, abre espaço para diferentes oportunidades de
                    acesso à aprendizagem dos estudantes. Permite organizar o ensino conside-
                    rando a diversidade social, cultural e de estilo de aprendizagem, promoven-
                    do a igualdade de oportunidade para toda a turma. As adequações de pe-
                    queno porte podem ser caracterizadas, segundo Guijarro (1992), Manjón,
                    Gil e Garrido (1995) e Brasil (2003), como:
                    •   inespecíficas, porque supõem baixo grau de individualização. São me-
                       didas comuns para situações cotidianas, não requerendo atuações es-
                       peciais;
                    •   modificações pouco substanciais do currículo;
                    •   plenamente integradas à dinâmica da aula;
                    •   aproximadas das capacidades e dos objetivos previstos no currículo.
                       Trata-se de pequenos ajustes no contexto regular, embora constituam
                       respostas individualizadas.
                    •   respostas aos estilos individuais de aprendizagem.

                    No que concerne à avaliação, as adequações de pequeno porte podem re-
                    querer a seleção de técnicas e instrumentos, não necessariamente adotando
                    critérios diferenciados de avaliação ou de promoção. Dessa forma, pode-
                    -se utilizar sensíveis modificações no modo de apresentar as atividades de
                    avaliação e em sua linguagem, bem como a introdução de técnicas ou ins-
                    trumentos não previstos para a maioria dos colegas, quando os estudantes
                    necessitarem de apoios sem os quais não possam participar do processo
                    avaliativo de modo autônomo.




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