Page 62 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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Segundo Carvalho (2006), trata-se de uma “matriz de pensamento”, orien-
tadora de reflexões que ajudem a identificar as necessidades educacionais
específicas dos estudantes, com a finalidade de orientar o projeto político-
-pedagógico da escola, o planejamento que considere as respostas educacio-
nais adequadas aos estudantes e ofereça elementos de orientação à própria
instituição escolar. O uso do modelo proposto, segundo a autora, deve ser
dirigido pelas questões (CARVALHO, 2006, p. 48):
• O que nos permite afirmar que determinados estudantes apresen-
tam necessidades educacionais especiais, exigindo atenção dife-
renciada?
• Que necessidades são essas, considerando-se tanto os estudantes
individualmente, como os ambientes da escola e de sua casa?
• Como supri-las, em casa ou na escola oferecendo recursos e aten-
dimentos que contribuam para o progresso pessoal-social e acadê-
mico dos estudantes?
A avaliação inclusiva deve considerar o processo de aprendizagem como um
todo, de forma contínua, tendo como objetivo atender à subjetividade do
educando e criar subsídios para intervenções na aprendizagem e na prática
do educador. Desse modo, cumpre-se a Missão Educativa Marista (MA-
RISTAS, 2000, p. 52), que “exige que sejamos prospectivos e decididos a
desenvolver respostas criativas às necessidades das crianças e dos jovens”.
Para Ramos (2010), uma avaliação inclusiva deve valer-se de critérios múl-
tiplos, bem como considerar a subjetividade. Assim, entende-se que a ava-
liação deve contribuir para que o professor possa avaliar seu trabalho e
realizar, ao longo do processo de ensino, intervenções que contribuam para
aquisição do conhecimento e efetiva aprendizagem dos estudantes. Uma
criança que não escreve pode conseguir expressar-se bem por outras lin-
guagens e formas de comunicação, como por desenhos, pelas habilidades
adquiridas em seu cotidiano ou mesmo pela fala.
Na perspectiva da flexibilização curricular, pode-se considerar essas formas
de comunicação como medidas avaliativas, capazes de analisar o desenvol-
vimento e a aprendizagem do estudante. É fundamental que se compreenda
como a “aprendizagem é algo individual que ocorre em ambiente coletivo,
isto é, as representações do objeto só se tornam as mesmas quando esse obje-
to é partilhado por um grupo” (RAMOS, 2010. p. 69).
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