Page 64 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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Outras possibilidades de adequação curricular podem ser oferecidas aos
          estudantes com necessidades educacionais especiais, quando demandarem
          apoios mais intensos e contínuos para sua aprendizagem. Uma alternativa
          é a adequação curricular individualizada, significativa ou de grande porte,
          cujas características foram demonstradas por Guijarro (1992), Manjón, Gil
          e Garrido (1995) e Brasil (2003).
          •   Destina-se a estudantes que apresentam defasagem crescente na com-
              petência acadêmica em relação aos colegas, uma vez que as situações es-
              colares convencionais não atendem às suas necessidades. Em vez disso,
              podem constituir fonte de fracasso, tensões e inadaptações.
          •   Representa modificações substanciais do planejamento pedagógico
              geral adotado para a turma, implicando modificações substanciais do
              currículo escolar.
          •   Seleciona objetivos de aprendizagem que permitem a cada estudante
              com necessidades educacionais especiais progredir em relação ao pró-
              prio nível.
          •   Trata-se de um processo rigoroso, controlado e participativo, devendo
              aplicar-se apenas a situações rigorosamente necessárias, devido a seu
              alto grau de individualização.
          •   Requer, com frequência, serviços especializados.
          No que tange aos processos avaliativos, a adequação de grande porte impli-
          ca o uso diferenciado de critérios, podendo adotar critérios diferenciados de
          promoção escolar, uma vez que admite a eliminação de objetivos e conte-
          údos básicos do currículo, quando esses não são acessíveis à aprendizagem
          pelo aluno. Contudo, o alto nível de individualização e de alteração curri-
          cular faz com que a adequação de grande porte só seja indicada em situação
          de excepcionalidade e após rigoroso e sistemático processo avaliativo. O que
          se pretende é que não haja uma desnecessária individualização de ensino
          ou mesmo da avaliação. O objetivo é que as práticas adotadas nas escolas
          sejam compatíveis com a proposta educativa Marista, que já pressupõe o
          protagonismo e a pluralidade do ato de educar, prevendo a educação em
          espaços e tempos que atendam às especificidades dos educandos e valorizem
          a aprendizagem dentro do contexto da diversidade.
          Esse tipo de adequação requer uma tomada de decisão grupal, não ficando
          a cargo exclusivamente do professor regente da turma. Lembramos que a
          análise do grupo multidisciplinar, para definir quais as melhores estratégias,


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