Page 71 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
P. 71

principal de orientar as ações pedagógicas voltadas aos estudantes com ne-
                    cessidades educacionais específicas — identificados com altas habilidades/
                    superdotação ou em situação de deficiência. Trata-se de ferramentas com
                    estratégias capazes de contribuir para a aprendizagem e o desenvolvimento
                    desses estudantes, sua inclusão social, escolar e laboral futura.
                    Podem ser citados como exemplos o Planejamento Educacional Especia-
                    lizado – PEI, desenvolvido por Pletsch (2009), com a referida finalidade,
                    e o Plano de Desenvolvimento Educacional Individualizado (PDEI), que
                    Pletsch e Glat (2012) utilizaram como instrumento de pesquisa para análise
                    de trajetórias escolares de estudantes com deficiência intelectual em escolas
                    públicas do Rio de Janeiro, oportunidade    em    que    verificaram    sua
                    relevância    como    subsídio        para  o planejamento  de  estratégias  peda-
                    gógicas favoráveis aos processos de aprendizagem e inclusão escolar desse
                    público estudantil.
                    A natureza personalizada desses instrumentos não remete a ações plane-
                    jadas para execução individual. A ideia é contemplar a singularidade dos
                    estudantes e suas demandas específicas. Desse modo, não se recomenda
                    isolamento e separação dos demais colegas da turma, mas tais instrumentos
                    organizam-se para estimular a interação entre pares e o trabalho cooperati-
                    vo e colaborativo em sala de aula, visando à educação de todos (MARIN;
                    BRAUN, 2013).
                    Avila (2015) e Campos (2016) consideram a complexidade desses instru-
                    mentos, quanto à sua formulação e execução, que requerem:
                    •   conhecimentos aprofundados sobre os estudantes para os quais se des-
                       tinam;
                    •   revisões e (re)avaliações periódicas e contínuas por parte da equipe de
                       educadores da escola (professores regentes e especializados, auxiliares,
                       monitores, gestores);
                    •   participação da família e, quando possível, dos estudantes em questão,
                       e contribuição de membros da coletividade envolvidos com o caso
                       (profissionais da saúde, por exemplo).



                    O presente capítulo tem como foco o Plano Educacional Individualizado
                    – PEI (Apêndice A), modelo elaborado pela Rede Marista para mediar e
                    orientar o planejamento e o desenvolvimento curricular de estudantes com



                                                                         71
   66   67   68   69   70   71   72   73   74   75   76