Page 46 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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Por sua vez, Fernández (2005, p. 3) considera a diferenciação educativa
          como “a ação de conhecer e compreender as habilidades de cada estudante
          e de responder mediante uma proposta educativa compatível com suas ne-
          cessidades e potencialidades”. Como tal, sua finalidade é contribuir para
          o êxito escolar dos estudantes. Funciona, então, como medidas de apoio e
          acesso ao currículo.
          Percebe-se que as duas abordagens de diferenciação curricular atendem ao
          modelo atual da Província Marista Brasil Centro-Norte, de acordo com a
          demanda apresentada pelos nossos educandos. A pedagogia da diferencia-
          ção torna-se pertinente na medida em que a demanda de apoio torna-se
          mais intensa e contínua.
          Uma forma de diferenciação curricular adotada na escola comum, segundo
          a abordagem adaptativa, é a utilização de adequações curriculares, tema da
          seção seguinte. Essa prática foi iniciada nos anos 2000 com orientação do
          Ministério da Educação e Cultura (MEC, 1999, 2005) por meio dos Parâ-
          metros Curriculares Nacionais.
          8.3 Adequações curriculares
          Estratégias adaptativas foram indicadas pelo MEC (1999, 2005) para a
          construção de escolas inclusivas, com base em experiência iniciada na Espa-
          nha, nos anos 90, sobre adequações curriculares. São recursos organizativos
          e didático-pedagógicos que objetivam ajustar a programação curricular às
          condições do estudante no processo de ensino-aprendizagem. O uso de
          adequações curriculares implica maior ou menor mediação adaptativa, a ser
          regulada pela escola segundo as demandas do estudante, de modo a propi-
          ciar-lhe acesso ao currículo.
          Como ferramentas pedagógicas, as adequações curriculares oferecem aos
          educandos com superdotação/altas habilidades e em situação de deficiência
          oportunidades educacionais favoráveis à aprendizagem. Esses recursos bus-
          cam promover a participação dos estudantes nas atividades desenvolvidas
          pelos demais colegas, não necessariamente do mesmo modo e no mesmo
          tempo. Implicam flexibilidade curricular e trabalho cooperativo e partici-
          pativo. Não se trata, portanto, do desenvolvimento de um novo currículo.
          As adequações curriculares não devem ser entendidas como um processo
          exclusivamente individual ou uma decisão restrita ao educador e ao educan-
          do, uma vez que deve envolver toda a comunidade escolar. Realizam-se em
          três níveis, apresentados abaixo.



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