Page 45 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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•   desenvolvimento de estratégias baseadas na aprendizagem colaborati-
                       va planejadas e compartilhadas pelo coletivo escolar e da turma;
                    •   estímulo à plena participação.
                    8.2 Diferenciação curricular baseada na pedagogia da dife-
                    renciação

                    No cenário da educação inclusiva, situa-se a educação adaptativa, um
                    campo que se fundamenta na teoria e prática diferencial (FERNÁNDEZ,
                    2005). O pressuposto básico que orienta a Pedagogia da Diferenciação é
                    adaptar a educação às diferenças individuais e grupais dos estudantes, na
                    perspectiva da educação inclusiva. Ou seja, oferecer oportunidades dife-
                    renciadas de ensino para favorecer a aprendizagem dos estudantes, carac-
                    terizando as diferenças não como deficits, mas como singularidades que
                    fazem parte da diversidade humana. Desse modo, busca-se evitar práticas
                    educativas capazes de perpetuar preconceitos e discriminações.
                    No âmbito da teoria educativa diferencial, García define educação adapta-
                    tiva nos seguintes termos:

                       É o ensino que dispõe de condições contextuais adequadas às diferen-
                       ças individuais dos estudantes, decidindo, em cada caso e situação, o
                       nível de mediação mais adequado para facilitar ao estudante o domínio
                       dos objetivos planejados (García, 2005, p. 5).
                    Segundo Garcia, a adequação educativa:
                    •   defende um formato não individualizado de ensino, porém enfatiza as
                       necessidades individuais no contexto da turma;
                    •   é processual, no sentido de (re)planejar a maior ou menor intensidade
                       da mediação no ensino, com vistas à regulação do compromisso do
                       estudante no seu processo de aprendizagem;
                    •   é temporal, quanto à transitoriedade da intervenção e da mediação,
                       compatível com as situações de ensino-aprendizagem e demandas de
                       apoio aos estudantes;

                    •   é funcional, na medida em que se baseia em critérios de utilidade para o
                       estudante e sua viabilidade no contexto educacional;
                    •   é focada nos objetivos educacionais, em particular no desenvolvimen-
                       to global do estudante.




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