Page 39 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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Diante do exposto, com o intuito de viabilizar uma administração pedagó-
                    gica competente no âmbito escolar, com vistas ao protagonismo do apren-
                    der e da necessidade de um acompanhamento centralizado no educando,
                    recomenda-se que os Colégios Maristas atendam, quando possível, o nú-
                    mero máximo de dois estudantes com necessidades educacionais especiais
                    por turma, respeitando as disposições legais já mencionadas e a regulamen-
                    tação específica de cada estado.


                    8.  DIFERENCIAÇÃO CURRICULAR

                    Antes de abordar o tema diferenciação curricular é importante que se tenha
                    clareza sobre o significado de currículo e os aspectos fundamentais que o ca-
                    racterizam. Sacristán (1998) entende o currículo como a práxis que retrata
                    as expectativas da sociedade. Esta, por sua vez, institui a escola como siste-
                    ma social, cujas finalidades, missões e pretensões são previamente definidas.
                    É dele a afirmação: “Veja o que os homens fazem na vida real e saberemos o
                    que deve ser o conteúdo de sua escolaridade” (SACRISTÁN, ibid., p. 155).
                    Nesse sentido, o autor admite que a fonte do currículo é a ‘’cultura que
                    emana da sociedade’’ e, desse modo, responde às necessidades e demandas
                    sociais.
                    Sacristán (ibid.) concebe o currículo, ainda, como um projeto seletivo de
                    cultura, no qual aspectos socioculturais, políticos, econômicos, teóricos,
                    técnicos, tecnológicos, administrativos e outros interatuam em diversas es-
                    feras, como apresentado a seguir.
                    •   Social: atuando como ponte entre a escola e a sociedade.
                    •   Propositiva: constituindo um projeto ou plano educativo para a escola.
                    •   Organizativo-instrumental: formalizando, em texto concreto e mate-
                       rial, esse projeto ou plano educativo, no qual conteúdos, fluxos, orien-
                       tações e outros elementos direcionam sua implementação.
                    •   Prática: atuando como campo, espaço ou território no qual operam
                       diferentes práticas pedagógicas interativas, comunicativas, discursivas,
                       investigativas e outras. Nessa perspectiva, o currículo define “o quê
                       é aprendido, o quê é ensinado (contexto), como é ensinado (meto-
                       dologias), como é avaliado (procedimentos, critérios) e os recursos
                       utilizados —humanos, materiais, técnicos, tecnológicos” (UNESCO,
                       2016c, p. 13).



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