Page 36 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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A busca por novas práticas e por um olhar além das diferenças inten-
          sifica a importância do nosso jeito Marista de educar, que “pressupõe o
          exercício do amor, da evangelização, da solidariedade e da constante busca
          por práticas criativas e significativas que atendam às exigências formativas
          do estudante, considerando sua realidade” (UMBRASIL, 2010. p. 44).
          Desse modo, o educador precisa estar preparado para atender à demanda de
          educação inclusiva com um olhar no educando, para além de suas necessi-
          dades especiais, com o foco na pessoa, utilizando recursos e estratégias que
          favoreçam a aprendizagem para todos.
          A partir dessa estrutura, torna-se mais evidente a importância de aprimo-
          ramento profissional para lidar com a diversidade da sala de aula. Não se
          pretende, portanto, que todos os professores sejam especialistas em ne-
          cessidade educacional especial, mas é necessário que estes se envolvam e
          tornem a pesquisa parte do seu processo de ensino, no intuito de conhecer
          as diferenças e as especificidades de seus alunos, para que o processo de
          aprendizagem se efetive.

          Sabemos que o processo de aprender se passa no sistema nervoso central,
          embora este não seja o único responsável pelo sucesso ou não da construção
          de conhecimento. As causas da dificuldade de aprendizagem vão muito
          além, devendo-se atentar para a interação entre fatores familiares, sociais
          e escolares advindos do próprio indivíduo, a cultura e o espaço-tempo em
          que este se encontra inserido. A educação acontece de forma organísmica e
          é um todo integrado.

          No que se refere às escolas, devemos atentar para aspectos como as condi-
          ções das salas de aula, as ações pedagógicas, a capacitação, motivação e de-
          dicação da equipe docente, que deve trabalhar em prol do desenvolvimento
          pleno de seu educando e construir vínculos entre escola e família cada vez
          mais estreitos.
          A família, por sua vez, possui papel preponderante no processo de desenvol-
          vimento cognitivo, devendo oferecer condições adequadas para aprendiza-
          gem, estimulando o educando para o maior envolvimento com os estudos.
          É importante observar e promover práticas alimentares saudáveis, qualida-
          de de sono, incentivo à rotina de estudos em ambiente adequado para que as
          “atividades escolares sejam vistas dentro de um contexto usual e não como
          um castigo” (ROTTA, 2006, p. 118). Além disso, o histórico familiar, seus
          diferentes formatos, hábitos e costumes, influenciam diretamente no de-
          sempenho escolar.



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