Page 35 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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estar preparado para lidar com as necessidades educacionais especiais, cum-
prindo sua função de promover o desenvolvimento de seus educandos. Para
isso, precisa ter conhecimento sobre os processos que envolvem a relação
ensino-aprendizagem e buscar novas práticas pedagógicas que vão além do
conteúdo específico, no intuito de atender às novas demandas do contexto
escolar.
É preciso ter um olhar cuidadoso aos estudantes que, embora não apre-
sentem necessidades específicas, manifestam dificuldades para adaptar-se
a algumas práticas de sala de aula, tais como aulas demasiadamente expo-
sitivas e modelos de trabalhos e atividades repetitivos sem representação
significativa. Surge, assim, a necessidade de o educador rever suas práticas
e adotar estratégias que utilizem a motivação e a oportunidade de adquirir
outras formas de aprendizagem como parte de sua prática.
Ressalta-se a importância de observar que as dificuldades podem não estar
relacionadas apenas às questões de práticas pedagógicas. Quando o educa-
dor avaliar que a problemática do estudante, apesar de nenhum diagnóstico
inicial, está além da ligação com a prática, é importante conversar com os
demais profissionais educacionais e com a família no sentido de instruí-los
sobre a necessidade de um trabalho específico, se for o caso.
Nota-se que o papel do educador na Educação Inclusiva é fundamental
para que todos os educandos consigam desenvolver suas potencialidades.
Conforme Marchesi (2004) aponta, a educação não pode ficar restrita aos
educandos com maiores problemas de aprendizagem, mas deve atender a
todos os estudantes da turma.
Nessa perspectiva, Marchesi (2004) menciona os aspectos mais relevantes
destacados em pesquisa realizada em 1993 e publicada por Hopkins e Stern
em 1996, que traz uma perspectiva importante a respeito das caracterís-
ticas necessárias para um educador — não apenas para aquele atuante no
contexto da educação inclusiva, mas, sim, para o educador que tem como
objetivo favorecer a aprendizagem para todos, tornando-os protagonistas
desse processo. De acordo com a pesquisa, os aspectos são: compromisso —
vontade de ajudar todos os alunos; afeto — comunicação de entusiasmo e
carinho aos alunos; conhecimento da didática da matéria ensinada — faci-
lidade para tornar simples a aprendizagem; domínio de múltiplos modelos
de ensino — flexibilidade e habilidade para resolver situações imprevistas;
reflexão — capacidade de refletir sobre a prática e o trabalho em equipe —
intercâmbio de iniciativas entre colegas.
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