Page 32 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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Por sua vez, os professores consideraram a necessidade de compreender
e observar os estudantes, garantindo-lhes atenção. Reconheceram a im-
portância de promover conversa e diálogo, bem como de estimular a au-
tonomia. Ressaltaram a importância de adotar em sala de aula a relação
cooperativa, a interação sincera entre os estudantes e a ajuda mútua. Decla-
raram não estarem satisfeitos com os programas de inclusão de suas escolas,
considerando o apoio limitado e a insuficiente capacitação para contribuir
com a inclusão escolar. Informaram que aceitariam a inclusão desde que
fossem capacitados e pudessem contar com apoio. Atribuíram a exclusão à
escola como decorrente da falta de capacitação docente e de barreiras admi-
nistrativas para assistir a escola. Admitem que a inclusão promove relações e
fomenta o sentido de comunidade.
Apesar das queixas, mais de 70% dos professores que participaram do es-
tudo recomendaram a inclusão na escola. Reconheceram que a formação
docente era pautada pelo modelo médico e pelos paradigmas da educação
especial e desconsideravam os estilos de aprendizagem e as estratégias de
ensino para a inclusão. Recomendaram o foco da formação docente na
conscientização e sensibilização, com menos ênfase nas estratégias e no
nível das aulas, visando a adquirir manejo para lidar com a diversidade. Para
os professores, as organizações com atuação exclusiva em educação especial
deveriam tornar-se centros de formação para profissionais.
Por fim, cumpre buscar esclarecimento sobre o conceito de educação inclu-
siva frente às suas múltiplas significações e dar visibilidade aos desafios que
representa esse movimento na realidade mundial e, em particular, na bra-
sileira. Referenda a importância de estimular o desenvolvimento inclusivo
das escolas e dos sistemas educacionais em favor de uma educação inovado-
ra e progressista para todos os estudantes.
Nesse sentido, a Província Marista Brasil Centro-Norte percebe a impor-
tância dos indicadores e das pesquisas apresentadas neste capítulo, não
como instrumentos a serem seguidos na sua integralidade, mas como ele-
mentos norteadores para uma reflexão sobre a prática e para o desenvol-
vimento de ações que favoreçam o processo de inclusão escolar. Cabe aos
nossos gestores, educadores e demais membros da comunidade educativa
conhecer as presentes pesquisas e o contexto nacional e internacional de
discussão sobre a temática, no intuito de ampliar a visão sobre si mesma e
sobre as possibilidades de desenvolvimento de práticas inclusivas em seus
contextos.
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