Page 24 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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mas educacionais para sua efetiva educação, com apoios individuali-
              zados e em ambientes que maximizem sua aprendizagem e seu desen-
              volvimento, conforme a meta da inclusão plena, como estabelece a Lei
              Brasileira de Inclusão (BRASIL, 2017a).

          •   Definição de necessidades educacionais especiais. As terminologias
              para se referir a esse público específico têm sido continuamente mo-
              dificadas, de modo a tornarem-se menos estigmatizantes. A falta de
              consenso nessas mudanças é claramente expressa em queixas quanto à
              precisão dos termos ou variação de significados: deficiente, superdota-
              do, pessoa com deficiência, pessoa em situação de deficiência etc. Além
              disso, há divergências sobre como suas necessidades podem ser defi-
              nidas. Por exemplo, atualmente, as pessoas podem ter ou não necessi-
              dades educacionais especiais identificadas, a depender dos contextos
              culturais em que estão inseridas.
          •   Interpretação polissêmica do conceito de inclusão. O que se en-
              tende por educação inclusiva tem várias interpretações em diferentes
              países. Consequentemente, o conceito é empregado de maneira di-
              ferenciada em políticas locais. Um exemplo pode ser visto em países
              que defendem a permanência de escolas especiais como parte da oferta
              dos sistemas educacionais inclusivos. Tal questão evidencia um campo
              divergente e, ainda, em transição no âmbito internacional.
          •   Avaliação do progresso dos estudantes com necessidades educacio-
              nais. Essa é uma questão também divergente nos contextos internacio-
              nais ao se considerar a diversidade de necessidades educacionais especí-
              ficas. Em particular, quando se avalia o progresso escolar de estudantes
              com severas dificuldades de aprendizagens e comportamentos.
          Ainscow, Dyson e Weiner (2013) defendem que as questões relacionadas
          aos estudantes com necessidades educacionais especiais devem ser identi-
          ficadas e respondidas no âmbito das queixas escolares em geral. Para esses
          autores, assim como para Booth e Ainscow (2002), as questões de educação
          especial são organizacionais, curriculares, didático-pedagógicas, devendo
          concentrar-se não, como antes, em dificuldades centradas nos estudantes
          e em suas famílias, mas na análise de barreiras à participação e à aprendi-
          zagem dos estudantes. Nesse sentido, variam muito entre diferentes países
          os padrões de desenvolvimento dos sistemas educacionais para responder
          aos estudantes que apresentam dificuldades (MITLER, 2000). Assim, a
          expressão estudante com necessidades educacionais especiais deixa de ser o foco



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