Page 21 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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•   Inclusão como educação para todos. Esta visão vincula-se ao
                           conjunto de políticas advogadas pela Unesco e sob sua coorde-
                           nação, defendendo continuamente o acesso e a participação na
                           educação em âmbito mundial.

                    Essas formas de pensar a inclusão refletem os modos como diferentes cultu-
                    ras e países significam esse conceito e fazem com que isso tenha reflexo nas
                    formas diferenciadas como se comportam e organizam os processos para
                    sua implementação.
                    5.2 Uma passagem pela história da educação inclusiva

                    O movimento global de educação inclusiva, segundo a Unesco e a Funda-
                    ção Orsa (2003), construiu-se historicamente como um novo paradigma
                    educacional nos últimos tempos e teve sua origem em cinco períodos, elen-
                    cados abaixo.
                    •   Primeiro período (1775-1875): refere-se aos momentos históricos nos
                       quais reconheceu-se na sociedade a existência de pessoas com neces-
                       sidades que demandavam serviços e apoios especiais. Foram criados,
                       então, estabelecimentos escolares e outros para atender-lhes, principal-
                       mente em organizações de natureza religiosa e caritativa.

                    •   Segundo período (1875-1945): deu-se nessa fase o reconhecimento le-
                       gal dos direitos desse público específico, tendo como resultado a pres-
                       tação de serviços especializados.
                    •   Terceiro período (1945-1970): ocorreu a expansão dos serviços espe-
                       cializados em ambientes socialmente restritivos, onde esses estudantes
                       eram institucionalizados e afastados do convívio social.
                    •   Quarto período (1970-1990): iniciou-se o movimento de integração,
                       no qual as pessoas com deficiência tinham acesso aos serviços educa-
                       cionais disponíveis na sociedade. Muitas vezes, em classes especiais
                       ou alternando sua escolarização em classe especial e classe comum.
                       A inserção realizava-se processualmente, iniciando-se em uma escola
                       especial e, posteriormente, passando o estudante a integrar-se em uma
                       classe especial. Em seguida, se capaz de inclusão, ingressaria na classe
                       regular. O movimento de integração não chegou a alcançar seus obje-
                       tivos, principalmente porque centrava-se nas demandas individuais e
                       específicas dos estudantes. Sem focalizar as transformações referentes






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