Page 193 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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de aula é fundamental para verificar a necessidade de continuidade ou não
                    da medicação, em função dos possíveis efeitos colaterais.
                    Dessa forma, o conhecimento da síndrome, por parte do professor, se faz fun-
                    damental, visto que os tiques podem afetar a adequação da criança à sala de
                    aula. É preciso ter um olhar sobre o educando para além do sintoma, a fim de
                    que o estudante consiga desenvolver uma autoimagem positiva e equilibrada.
                    Entendendo que os tiques podem atrapalhar a aula e, também, que a sín-
                    drome, em alguns casos, pode acarretar em problemas de atenção, escrita e
                    linguagem, é preciso que o professor tenha em mente algumas estratégias
                    para desenvolver sua prática com mais tranquilidade e eficácia.
                    13.1.1.1 Gestão do currículo na classe inclusiva em relação
                    ao estudante com síndrome de Tourette
                    Abaixo, enumeram-se algumas orientações para a prática pedagógica.
                    •   Ser paciente, lembrando que os tiques são involuntários. Repreender o
                       educando continuamente perante os colegas pode acarretar um com-
                       portamento hostil e uma rejeição à escola.
                    •   Criar oportunidades para que o educando tenha pequenos intervalos
                       fora da sala de aula em algum lugar reservado, principalmente quando
                       os tiques se apresentarem de forma mais recorrente. A pausa pode auxi-
                       liar na tranquilização e redução dos sintomas em sala.
                    •   Se necessário, proporcionar oportunidade para realizar a prova em lu-
                       gar reservado de modo a minimizar o desgaste de energia emocional
                       para contenção de tiques perante os colegas.
                    •   Trabalhar com os demais estudantes temas que estimulem a tolerância
                       sobre a diversidade, no intuito de reduzir ridicularizações ou impli-
                       câncias.
                    •   Quando necessário, permitir que o educando faça gravações dos exer-
                       cícios orais evitando que precise se apresentar em voz alta diante da
                       turma. Essa estratégia é apenas para casos em que os sintomas se mos-
                       trarem muito incômodos para o estudante.
                    •   Em casos de educandos que apresentam problemas com a escrita, per-
                       mitir que tenham alguém por perto para auxiliá-los, de modo que o
                       estudante possa expressar verbalmente suas ideias e, assim, facilitar a
                       formação de conceitos.



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