Page 187 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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12.20 Transtornos de tiques
                    Os tiques podem ser transtornos temporários, muitas vezes associados a dis-
                    túrbios emocionais. O transtorno de tiques é classificado em tiques motores
                    e vocais. Os tiques motores, em sua maioria, apresentam-se por atividades
                    motoras recorrentes e involuntárias, como piscar os olhos, morder boca e
                    bochecha ou movimentar o corpo de forma rápida e involuntária. Os tiques
                    vocais são manifestações de sons sem finalidade aparente, como pigarros,
                    fungadas e tosses. A intensidade dos tiques varia de acordo com o nível de
                    estresse e ansiedade.
                    O transtorno de tiques pode incluir tiques motores ou vocais, mas não am-
                    bos, o que o diferencia da síndrome de Tourette. Nos casos mais graves em
                    que ocorrem tiques motores múltiplos e vocais combinados, deve-se atentar
                    para a síndrome de Tourette (ver item), cujos sintomas são mais intensos e
                    podem causar diversos transtornos nas relações sociais e familiares da criança.
                    Os tiques iniciam normalmente na infância e, por estarem relacionados a
                    questões emocionais, muitas vezes se manifestam com maior recorrência no
                    ambiente escolar, em que fatores relacionados a estresse, excitação e ansie-
                    dade são mais frequentes.
                    O professor pode auxiliar na minimização dos tiques criando estratégias
                    que ajudem a criança ou o adolescente a se estabilizar emocionalmente no
                    ambiente escolar.
                    12.20.1 Gestão do currículo na classe inclusiva em relação
                    ao estudante com transtorno de tique

                    Algumas orientações para a prática pedagógica estão listadas a seguir.
                    •   Não repreender a criança na frente da turma quando ela manifestar al-
                       gum tipo de tique. Lembre-se: os comportamentos são involuntários.
                       No caso de atrapalhar o andamento da aula, deve-se permitir que a
                       criança tenha um intervalo fora de sala.
                    •   Manter os colegas de turma esclarecidos sobre o transtorno da criança.
                       Envolver os outros estudantes na sala tende a atenuar as dificuldades de
                       adequação e relacionamento com os colegas.
                    •   Momentos de prova são frequentemente carregados de ansiedade por
                       parte da criança. Diante disso, em caso de os tiques se manifestarem
                       com maior intensidade, é recomendado levá-la para um espaço reser-
                       vado de modo que possa se tranquilizar.



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