Page 178 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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12.18 Desordem do processamento auditivo central (DPAC)
          Para Meneguello et al. (2001), o Processamento Auditivo Central (PAC)
          diz respeito ao conjunto de processos envolvidos na análise e interpretação
          do estímulo sonoro, integrando habilidades variadas, tais como: detecção,
          discriminação, localização, distinção figura-fundo e reconhecimento de
          sons. Algumas pessoas apresentam desordem do processamento auditivo
          central (DPAC), caracterizada pela dificuldade em lidar com as informa-
          ções que chegam pela audição, podendo manifestar prejuízos quanto à fala,
          leitura, escrita, linguagem e ao comportamento social. O Processamento
          Auditivo Central, portanto, corresponde à capacidade de analisar ou in-
          terpretar informações por meio da audição e, quando alterado, ocasiona
          impedimento da habilidade de analisar e/ou interpretar padrões sonoros.

          O processamento da informação sensorial auditiva depende da integridade
          orgânica e funcional de todo o sistema auditivo, assim composto: ouvido
          externo, ouvido médio, ouvido interno e região específica do sistema ner-
          voso central. O bom funcionamento das áreas auditivas do córtex cerebral e
          dos caminhos que conduzem o som é fundamental para o desenvolvimento
          desta capacidade.
          A criança ou adolescente pode ter audição normal e ter dificuldade para
          processar e compreender o que é falado, visto que o processamento auditivo
          refere-se aos processos envolvidos na detecção, análise e compreensão do
          som. Cabe ressaltar que a desordem no processamento auditivo é diferente
          da surdez, correspondendo à dificuldade em lidar com as informações que
          chegam pela audição.
          As causas do distúrbio são variadas, podendo ocorrer mais de uma ao mes-
          mo tempo. Pesquisas sugerem que as causas mais comuns incluem proble-
          mas durante a gestação e o nascimento, otites frequentes durante os primei-
          ros anos de vida, falta de estimulação auditiva durante a primeira infância e
          hereditariedade.
          Para diagnóstico é necessária uma avaliação completa por profissionais como
          otorrinolaringologista, neurologista e fonoaudiólogo, que poderão descartar
          outros distúrbios tais como dislexia ou deficit de atenção. O tratamento con-
          siste em um programa de reabilitação fonoaudiológica por meio de treinos e
          exercícios que auxiliam a desenvolver o processamento auditivo.
          A falha na percepção auditiva pode, em muitos casos, estar associada às
          dificuldades de aprendizagem, principalmente no que corresponde à lei-



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