Page 175 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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no sequenciamento dos sons e movimentos orais e um padrão de lingua-
                       gem receptiva superior à expressiva (SOUZA; PAYÃO, 2014, p. 195).
                    As autoras esclarecem, ainda, a importância de considerar que a apraxia
                    difere das alterações articulatórias anteriormente discutidas neste texto,
                    uma vez que estudos realizados levantam a hipótese de que a apraxia do
                    desenvolvimento pode ser um distúrbio de fala geneticamente transmitido.
                    Quando adquirida na fase adulta, deve-se a dano cerebral no hemisfério
                    esquerdo do cérebro. Em ambos os casos, demanda procedimentos fonoau-
                    diológicos de abordagem motora para seu tratamento.
                    A dispraxia é uma dificuldade nas funções descritas anteriormente, mas
                    apresentada em nível mais brando. Para Lima, a dispraxia se caracteriza
                    por “um deficit de execução de gestos ou padrões motores complexos, com
                    ausência de deficit motor que impeça a realização de movimentos de forma
                    independente” (Lima, 2018, p. 156).
                    12.16.1 Gestão do currículo na classe inclusiva em relação
                    ao estudante com apraxia e dispraxia
                    A seguir, sugestões para atividades docentes.
                    •   Em casos severos, dispor de material assistivo como engrossador de
                       lápis, cadeiras que comportem o educando sentado confortavelmente
                       e seguro.
                    •   Utilizar técnicas que possibilitem o conhecimento e controle do corpo.
                       A técnica de relaxamento e respiração auxilia no descondicionamento
                       de posturas.

                    •   Realizar atividades que possibilitem o desenvolvimento de noções glo-
                       bais do corpo.
                    •   Não apressar o estudante quando este se impactar diante de alguma
                       situação. Tentar acalmá-lo, para evitar insegurança por não conseguir
                       realizar o que deseja.
                    •   Priorizar, em atividades lúdicas, a execução com objetos concretos, mais
                       fácil para o educando. Por exemplo, se dado ao estudante um telefone
                       e pedido para que faça de conta que o está utilizando, ele conseguirá
                       concluir a ação. Se solicitada a mesma execução sem o objeto concreto,
                       o estudante pode não ter a imagem mental do que deverá ser feito.






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