Page 171 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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Conversas sobre respeito e conceitos de diferenças são sempre bem-vindos,
                    tendo em vista que crianças com disfonia são comumente alvos de bullying.
                    Práticas de prevenção e intervenção são necessárias. Durante a adolescência,
                    decorrente do desenvolvimento natural, por fatores hormonais, há disfonia
                    transitória, que deve ser encarada com naturalidade, evitando chamar aten-
                    ção à variação de voz, pois em casos raros persiste desencadeada por fatores
                    emocionais. A maior parte das crianças respondem bem ao tratamento da
                    fala, e muitas dificuldades podem melhorar espontaneamente, mediante
                    aprendizado funcional.
                    12.14.1 Gestão do currículo na classe inclusiva em relação
                    ao estudante com transtorno da fala
                    Estratégias de trabalho que visam à ampliação da capacidade comunicativa
                    dos estudantes por meio da fala podem ser desenvolvidas pelo professor de
                    modo criativo e lúdico, preferencialmente estimulando situações interati-
                    vas e cooperativas entre pares na sala de aula, assim como a participação da
                    família. São apresentadas abaixo algumas sugestões.
                    •   Observar se a família ainda não identificou a persistência dos desvios
                       de linguagem, comunicá-la e, se for o caso, recomendar um fonoaudi-
                       ólogo para acompanhar o estudante.
                    •   Evitar continuamente correções de fala.

                    •   Repetir a palavra corretamente para que a criança não fixe a forma
                       errada que pronunciou.
                    •   Demostrar interesse na mensagem a ser transmitida pelo educando nas
                       atividades e interações sociais.
                    •   Evitar ênfase no erro, capaz de gerar desconforto ao estudante.
                    •   Evitar destaque às pronúncias erradas, mas repetir a forma correta, sem
                       constranger o estudante, para que tenha feedback auditivo adequado.
                    •   Em todas as situações, articular bem as palavras e falar pausadamente
                       para facilitar a percepção dos fonemas.

                    •   Promover exercícios grupais e lúdicos que trabalhem a formação silábi-
                       ca, jogos de palavras e vocalização das palavras e dos sons.
                    •   Realizar atividades com músicas e rimas, sugerindo que as crianças
                       escutem a música e repitam as estrofes, o que ajudará a trabalhar com
                       a audição e a fala.



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