Page 172 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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•   Realizar atividades que contribuam para que a criança assimile sons e
              ruídos.
          Estreitar a relação entre família, escola e profissionais que acompanham o
          estudante é fundamental para a eficácia do trabalho e o desenvolvimento
          significativo da criança.

          12.15 Transtorno da fluência com início na infância (gagueira)

          A perturbação na fluência verbal e no padrão temporal da fala é desta-
          cada no DSM-5 (APA, 2014) com as seguintes manifestações: repetições
          de sons e sílabas; prolongamento sonoro das consoantes e vogais; palavras
          interrompidas; bloqueios audíveis ou silenciosos; palavras produzidas com
          excesso de tensão; repetições de monossílabos. Todas as situações mencio-
          nadas fazem-se acompanhar de ansiedade e comprometem a comunicação e
          a participação social, entre outros aspectos. O transtorno da fluência não se
          explica por razões sensoriais, motoras ou neurológicas.
          O transtorno da fluência geralmente se manifesta na infância, durante a
          fase de desenvolvimento da linguagem, podendo também estar relacionado
          a fatores psicológicos. O caso mais comum da disfluência é a gagueira. É
          comum que, na fase da pré-escola, quando as crianças estão aprendendo a
          falar, cometam erros ao pronunciar palavras e frases, situação esta que não
          caracteriza transtorno da fluência, pois faz parte do processo de assimilação
          e diminui com o tempo. Já a continuidade da hesitação na fala, as pausas
          longas, a repetição de palavras acompanhada de movimentos repetitivos, a
          demonstração de esforço para falar, os movimentos motores repetitivos e a
          falta ou a ausência de contato visual são situações que exigem atenção, pois
          são características comuns dessa condição.

          A criança com transtorno da fluência normalmente enfrenta problemas
          para se socializar e é constantemente alvo de críticas ou repreensões, o que
          aumenta os níveis de tensão e ansiedade, que tendem a agravar o problema
          no processo de relações sociais, autoestima e aprendizagem. Em geral se
          isolam e seu rendimento acadêmico cai. A insegurança, a timidez e o medo
          de serem ridicularizadas pela turma agrava o quadro, portanto atitudes po-
          sitivas devem ser cultivadas, e conversas com a turma quanto ao respeito
          às diferenças e à beleza da alteridade devem ser promovidas. O estudante
          deve ser acompanhado por fonoaudiólogo, que lhe dará mais segurança,
          melhorará sua fluência e sua socialização. O professor pode utilizar algumas




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