Page 156 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
P. 156

na maior parte dos anos escolares. Mesmo com os apoios, o estudante pode
          não alcançar a realização eficiente de suas atividades.
          Segundo Collares e Moysés (1993), sob perspectiva etimológica, os distúr-
          bios de aprendizagem atendem à definição de “anormalidade patológica
          por alteração violenta na desordem natural da aprendizagem”, localizada
          no cérebro do educando. Dessa forma, entende-se que os distúrbios de
          aprendizagem remetem a um problema que ocorre em nível individual e
          orgânico, em função da existência de um comprometimento neurológico.

          O educando diagnosticado com transtorno ou distúrbio de aprendizagem
          recebe as informações do meio externo, sejam visuais ou auditivas, no en-
          tanto há uma falha na integração, no processamento e armazenamento das
          informações recebidas, resultando em problemas no desenvolvimento da
          leitura, escrita e/ou do cálculo.
          12.10.1 Referente à leitura (dislexia)
          No DSM-5 (APA, 2014, p. 67), a dislexia “é um termo alternativo usado
          em referência a um padrão de dificuldades de aprendizagem caracterizado
          por problemas no reconhecimento preciso ou fluente de palavras, proble-
          mas de decodificação e dificuldades de ortografia”. O prejuízo na leitura
          em situações identificadas como dislexia envolve as seguintes dificuldades,
          entre outras: (a) precisão na leitura de palavras (reconhecimento preciso ou
          fluente); (b) ritmo ou fluência da leitura; (c) compreensão da leitura; e (d)
          ortografia. A leitura, nesses casos, pode ocorrer de maneira lenta e hesitante,
          apresentar trocas de letras e supressão de preposições e conjunções, o que
          dificulta a interpretação do texto. A dislexia geralmente vem acompanhada
          de alterações na escrita.
          Segundo a Associação Brasileira de Dislexia (2018), as dificuldades associa-
          das a esse conceito em geral resultam de um deficit no componente fono-
          lógico da linguagem não esperado para a idade da criança e não se associam
          a outras habilidades cognitivas. O diagnóstico envolve: avaliação clínica
          geral, avaliação multidisciplinar, exame do processamento auditivo,
          audiometria e exame neurológico.
          Schirmer et al. (2004) consideram que pode ou não haver evidências de
          disfunções neuroanatômicas específicas nas dislexias. Classificam-nas em
          dois grandes grupos, como apresentado abaixo.






          156  Diretrizes Curriculares Maristas
   151   152   153   154   155   156   157   158   159   160   161