Page 145 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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metodologia, avaliação e outros) e a atuação docente. O processo deve ser
                    realizado o mais precocemente possível e deve adotar um conjunto de pro-
                    cedimentos educacionais, atores e instrumentos, com organização em fases.
                    Guimarães e Ourofino (2007) indicam os seguintes instrumentos reco-
                    mendados, de acordo com a literatura especializada, para o processo de
                    identificação:
                    •   testes psicométricos;

                    •   escalas de características;
                    •   questionários;
                    •   observação do comportamento;
                    •   entrevistas com familiares, professores e outros.

                    Guimarães e Ourofino (2007) demandam a atenção dos educadores para a
                    assincronia que geralmente se observa nos estudantes com AH/S, explicada
                    por Cupertino (2008) como a diferença entre as capacidades dos estudan-
                    tes. Por exemplo: raciocínio rápido e, ao mesmo tempo, dificuldade para
                    expressá-lo. A assincronia pode ser intensa e específica: associação entre
                    notáveis habilidades e deficits ou alterações emocionais e comportamentais.
                    Esse caso caracteriza a dupla excepcionalidade, como denominam os especia-
                    listas. Um exemplo é a combinação de síndrome de Asperger (variação do
                    transtorno do espectro autista) e as AH/S no mesmo estudante (GUIMA-
                    RÃES; OUROFINO, 2007; CUPERTINO, 2008).
                    Ourofino (2005) chama a atenção, atualmente, para o aumento da dupla
                    excepcionalidade nos diagnósticos de AH/S. Quando ocorre, recomenda
                    que a intervenção se faça por meio de vários canais e procedimentos, de
                    modo a superar as múltiplas dificuldades escolares envolvidas e responder
                    efetivamente às necessidades dos estudantes. Há lacunas de estudos e pes-
                    quisas sobre o assunto, de acordo com essa autora.
                    Guimarães e Ourofino (2007) alertam, ainda, para a possibilidade de os
                    estudantes com AH/S, em geral, apresentarem problemas emocionais,
                    comportamentais, sociais e escolares, requerendo apoio e atenção para sua
                    escolarização, inclusive o acompanhamento especializado a que têm direi-
                    to. Nesse sentido, os direitos são exarados na legislação e em documentos
                    normativos, elencados abaixo.






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