Page 144 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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• A convicção de que superdotação garante excelente rendimento acadê-
mico. Essa visão ignora as situações de sub-realização dos estudantes,
nas quais se observa uma discrepância entre o seu potencial e o que re-
aliza e aprende em sala de aula. Isso ocorre em decorrência de questões
curriculares (metodologia centrada no professor, padronização de con-
teúdos e tarefas), pessoais (desmotivação, desinteresse do estudante)
ou interpessoais (baixa expectativa dos professores, pressão dos colegas
em relação ao estudante com AH/S), entre outras.
• O pensamento de que participar de programas especiais ofertados ao
estudante como suplementação curricular fortalece atitudes de arro-
gância e vaidade no estudante.
• A crença em que gera benefícios ao estudante com AH/S a decisão de
acelerar sua escolarização, deveras prejudicial.
Outras preocupações são apontadas por estudiosos do assunto e colocam-se
como desafios a serem superados por educadores, entre elas:
• risco de sub-realização acadêmica das pessoas com AH/S e falta de
oportunidade para que desenvolvam seus talentos, com prejuízo à pes-
soa e à nação, que deixa de beneficiar-se do potencial elevado de seus
membros;
• falta de políticas públicas para identificação, apoio e desenvolvimento
dos talentos dos educandos, dando sustentabilidade à sua educação.
A autora descreve algumas situações escolares associadas ao sub-ren-
dimento desse público escolar específico (ALENCAR, 2007, p17):
ambiente acadêmico pouco estimulante; excesso de exercícios repeti-
tivos; baixas expectativas do professor com relação ao desempenho do
estudante; pressão ao conformismo; procedimentos docentes rígidos
(padronização do conteúdo, desconsideração do ritmo próprio dos
estudantes e outros).
Muitas pesquisas realizadas na área de AH/S revelam características comuns
que podem ser tomadas como indicadoras para identificação de altas habi-
lidades, abrindo espaço para a oferta de apoio educacional específico aos
estudantes (VIRGOLIN, 2007; GUIMARÃES; OUROFINO, 2007). O
processo de identificação dos estudantes com AH/S, segundo Guimarães
e Ourofino (2007), precisa estar contextualizado em um procedimento
pedagógico que tenha sua aprendizagem como alvo. Leva em conta a pro-
dução de informações que orientem as práticas curriculares (planejamento,
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