Page 124 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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•   apresentar visão, audição, tato, olfato ou paladar ampliado ou dimi-
              nuído;
          •   ter baixa capacidade de atenção;
          •   apresentar dificuldades em atividades lúdicas;
          •   possivelmente evitar contato físico, por ser muito estimulante ou
              opressivo.
          A inflexibilidade do pensamento e da ação está na base, também, dos padrões
          repetitivos e restritivos de comportamento, interesses e atividades, que se
          manifestam como: (a) estereotipias sensório-motoras, como bater palmas,
          balançar o corpo, fazer e desfazer, ordenar e desordenar, sacudir mãos, andar
          na ponta dos pés, estalar os dedos etc.; (b) movimentação ininterrupta de
          objetos; (c) adesão a rotinas, apego aos objetos, perfeccionismo, resistência a
          mudanças e a regras etc. (APA, 2014; FILHO; CUNHA, 2010).
          Está presente no TEA, ainda, a dificuldade para atribuir estado mental a
          outras pessoas (sentimento, pensamento e ação), de modo a predizer seu
          comportamento. Essa capacidade é descrita como Teoria da Mente (FI-
          LHO; CUNHA, 2010). A falta de reciprocidade e empatia, assim como di-
          ficuldades interpessoais e sociais podem ser explicadas por limitações nesse
          mecanismo, presente nas pessoas em geral.
          Os comportamentos dos estudantes com TEA são expressos em habilidades
          e competências variadas, requerendo respostas educacionais que favoreçam
          sua aprendizagem e seu desenvolvimento. Sua comunicação social — ver-
          bal e não verbal — distingue-se em todos os aspectos, com destaque para
          o desenvolvimento da linguagem, que pode mostrar-se atrasado e revelar
          dificuldade de compreensão da mensagem e de estabelecer conversação.
          As condições da fala são significativas e variam em um contínuo de habili-
          dades linguísticas que podem compreender: presença de verbalização; fala
          inteligível; uso exclusivo de palavras isoladas; fala telegráfica; fala em eco
          (ecolalia); uso estereotipado de palavras e frases; alteração na entonação; ou
          ausência de fala.
          Em relação à comunicação social não verbal, podem manifestar-se, de
          modo variável, a restrição, a ausência ou o uso atípico da gestualidade e
          orientação corporal. Essas características heterogêneas que se manifestam
          no TEA variam, também, ao longo da vida, no que diz respeito ao interesse
          para envolver-se com os outros, compartilhar, corresponder e realizar trocas
          afetivas e de ideias.


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