Page 121 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II
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O atendimento educacional especializado, além de ser um direito legal, é
recomendado para esse estudante, podendo ser realizado no contraturno
das aulas por meio de recursos da comunidade, quando não for possível
sua oferta na própria escola, devendo a família e a escola promover essa
articulação.
Adequações curriculares podem ser necessárias, de modo a propiciar ao estu-
dante acesso ao currículo nos seus diversos elementos, entre eles, objetivos,
conteúdos, recursos pedagógicos e procedimentos avaliativos. O currículo
escolar deve ter dinamicidade e flexibilidade para responder efetivamente às
necessidades educacionais de todos os estudantes. Planificação individual de
ensino é recomendada para registro dessas adequações e acompanhamento
das realizações escolares do estudante surdocego. Tais medidas contribuem
para promover sua aprendizagem e participação, bem como seu desenvol-
vimento, na expectativa de alcançar níveis elevados de escolarização e de
promoção pessoal como membro participativo da sociedade.
12.7 Classe inclusiva e estudantes com transtorno do es-
pectro autista (TEA)
A expressão “autismo” foi utilizada pela primeira vez em 1911, por Eu-
gen Bleuler, para designar a perda de contato com a realidade. Segundo o
DSM-5 (APA, 2014), as características essenciais do transtorno do espectro
autista são prejuízos persistentes na comunicação social recíproca e na in-
teração social, além de padrões restritos e repetitivos de comportamento,
interesses ou atividades, que aparecem desde a primeira infância e limitam
ou prejudicam o funcionamento da pessoa na vida diária. É uma condição
heterogênea que impacta o comportamento e a subjetividade, tendo em vis-
ta as reações sociais que produz no ambiente circundante, vindo a requerer
intervenções variadas em múltiplos contextos.
De acordo com Relvas (2010), a maioria dos casos de Autismo não tem
causa específica, e não há um exame que demonstre lesões particulares no
sistema nervoso central que justifiquem o comprometimento no compor-
tamento e na cognição. Muitas pesquisas apontam para uma somática de
fatores que podem estar relacionados a questões genéticas e neurológicas.
Os sintomas não se manifestam da mesma forma nas diferentes etapas do
desenvolvimento nem entre um autista e outro, sendo necessário um olhar
detalhado para cada caso.
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