Page 117 - Diretrizes Curriculares Educação Inclusiva - Edição II

Adequar o currículo em objetivos, conteúdos e materiais pedagógicos e de
aprendizagem, de modo a torná-los mais acessíveis.
O estudante com deficiência múltipla necessita, como seus pares, de estímu-
lo e encorajamento favoráveis à sua aprendizagem, ao seu desenvolvimento,
à sua inclusão e formação pessoal. Além dos objetivos destinados a todos os
estudantes e das finalidades da educação igualmente consideradas, algumas
especificidades precisam ser identificadas e promovidas em sua educação,
lembrando-se de condições socioculturais mais amplas que impactam sua
vida e subjetividade, como situações contextuais mais próximas que contri-
buem para sua promoção humana ou a dificultam. A superação de suas difi-
culdades implica a coletividade, o compromisso político e a responsabilida-
de social. Cabe à escola equipar-se para exercer seu papel nesses propósitos.

12.6 Classe inclusiva e estudantes com surdocegueira
Segundo Nascimento e Maia (2006, p. 11), “A criança surdocega não é uma
criança surda que não pode ver e nem um cego que não pode ouvir, mas
uma condição com características únicas, que resultam do efeito combina-
do das deficiências auditiva e visual”. Como resultado, surgem dificuldades
a serem superadas em relação à educação, ao trabalho, ao lazer e a outros
aspectos da vida comunitária.
Pode-se identificar tipos diferentes de surdocegueira, nem sempre se verifi-
cando a perda total dos dois sentidos.

• Cegueira congênita e surdez adquirida.
• Surdez congênita e cegueira adquirida.
• Cegueira e surdez congênitas.
• Cegueira e surdez adquiridas.
• Baixa visão com surdez congênita.

• Baixa visão com surdez adquirida.
Essas diferenças refletem-se nas condições dos estudantes e implicam ne-
cessidades educacionais especiais diferenciadas, que serão consideradas na
escola em termos de atenção pedagógica. Para o Grupo Brasil de Apoio ao
Surdocego e ao Múltiplo Deficiente Sensorial (2018), situações diferentes
ocorrem quando a surdocegueira é pré-linguística ou pós-liguística. No

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