Page 34 - Diretrizes para Produção Textual - 2ª Edição
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Nota-se que as correções resolutiva, indicativa e classificatória denotam um caráter prescritivo
          e hierárquico (top-down), em que o corretor sinaliza os erros para o estudante, que assume uma
          postura passiva diante da devolutiva do corretor. Já a correção textual-interativa favorece a
          interação entre autor/leitor e o diálogo, exigindo de ambos uma postura crítica e dialógica.
          O tipo de correção requerido nestas Diretrizes para Produção Textual do Marista Centro-Norte

          é o propositivo (combinação entre os tipos de correção indicativa, classificatória e textual-

          -interativa), que parte das indicações do corretor (sem resolver os erros e as dificuldades do


          estudante), especifica as dificuldades apresentadas no texto, por meio das matrizes de correção

          e, finalmente, inclui comentários, orientações, questionamentos e palavras de incentivo, de

          modo a fazer o estudante refletir, entender o próprio processo criativo e assumir uma postura
          crítica e resolutiva perante o próprio texto. Destacamos a fala da autora:
                      ...embora a correção classificatória respeite os princípios de uma boa correção,





                      como afirma Serafini (1994), se esta ficar presa à classificação dos problemas
                      gramaticais, não tocará, nem de longe, no real problema do texto do aluno. Conse-
                      quentemente, o discurso do aluno vai sendo desconstruído pela escola ao longo
                      da escolarização. O resultado prático disso, na maioria dos casos, é que quanto
                      mais adiantado é o grau de escolarização, maior é o silenciamento do aluno e sua
                      consequente opção pela repetição de estereótipos e expressões que denotam
                      o lugar-comum. (Cf. PÉCORA, 1992; COSTA VAL, 1993). (CONCEIÇÃO, 2004).
          Acreditamos que a correção não deve ser um instrumento de opressão ou que mine a autoestima
          do estudante ao explicitar o próprio processo de aprendizagem. Ao contrário, deve ser um momento
          privilegiado de aprendizagem, que percebe a realidade provisória do texto como um produto
          inacabado e em construção, com potencial de melhoria e refinamento. É imprescindível, portanto,

          que a correção se constitua como uma oportunidade para o estudante, dando-lhe voz e tempo para
          o amadurecimento das ideias e do estilo próprio, o que exige do corretor uma postura propositiva.
                               Figura 18 – Processo de correção






















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