Page 33 - Diretrizes para Produção Textual - 2ª Edição
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3.3. Correção, revisão e avaliação em Produção Textual
Após a escrita dos estudantes, o processo dialógico de produção textual continua, por meio da
interação com o interlocutor do texto, no caso, o professor. Essa fase de pós-textualização pode
ser compreendida por três dimensões: correção, revisão e avaliação. Embora, muitas vezes,
tomadas como sinônimas, vale a pena distingui-las, a fim de demarcar a função para o processo
de ensino e aprendizagem.
A correção é um procedimento que consiste em apontar falhas no texto e não implica, ne-
cessariamente, uma valoração por nota ou conceito (avaliação). A chave para uma correção
bem-sucedida está na clareza e hierarquização de critérios balizadores. Nesse caso, a correção
implica um interlocutor externo, seja ele um professor, um corretor ou mesmo uma banca.
A revisão, por sua vez, é um procedimento dialógico e propositivo que consiste numa leitura
atenta, visando melhorias, reflexões e possibilidades para o texto. A revisão pode ser efetivada
pelo próprio autor ou por outrem. Já a avaliação, em termos pedagógicos, é um procedimento
que envolve uma valoração expressa por meio de conceito ou nota, a qual deve refletir o desem-
penho do estudante ao fim do processo. Para os fins destas Diretrizes, a avaliação das produções
dos estudantes é atribuição exclusiva do docente e deve ocorrer somente após a reescrita orien-
tada pela correção e revisão. Para que os processos de correção e/ou revisão contribuam para a
aprendizagem, é importante que os professores e corretores:
a. sejam também redatores, no sentido de que precisam ser pessoas que praticam a produção
textual no dia a dia e que tenham o hábito de escrever textos para diversos fins. Desse modo,
esses agentes assumirão uma postura empática perante as dificuldades e os processos sociais
e cognitivos decorrentes do ato de escrever;
b. discutam as dificuldades e lacunas recorrentes com exercícios práticos. É imprescindível
avaliar o desempenho individual e coletivo a cada produção, retomando conteúdos,
regras e procedimentos que não tenham ficado claros antes de avançar. Não se pode igno-
rar determinados padrões exibidos na escrita e continuar para outras aprendizagens. Fa-
z-se necessária uma intervenção imediata, promovendo a reflexão e a análise linguística;
c. adotem prática de pós-textualização (correção, revisão ou avaliação) orientada pela noção
de gêneros textuais. É imprescindível que a devolutiva e o diálogo estabelecidos com os
estudantes, em relação às próprias produções, sejam balizados pelos gêneros, os quais são
a materialização concreta da comunicação humana. Qualquer retorno que desconsidere o
gênero, a função social e as características dele incidirá em uma prática descontextualiza-
da e reducionista, o que terá como consequência a mera “higienização do texto”.
Na dimensão da correção, Conceição (2004) define os tipos, de acordo com a postura do corretor.
1. Correção resolutiva: o professor ou corretor soluciona os erros pelo estudante, desconside-
rando a sua opinião e a sua construção.
2. Correção indicativa: aponta o erro sem solucioná-lo. Contudo, o estudante não identifica,
precisamente, a natureza e a origem do erro.
3. Correção classificatória: localiza e especifica o tipo de erro para o estudante, por meio de
tabelas, legendas e matrizes de correção.
4. Correção textual-interativa: inclui comentários, orientações, questionamentos e palavras
de incentivo.
Diretrizes para Producao Textual - 2 Edição 33
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