Page 15 - Guia de práticas e projetos de leitura: o papel da biblioteca e integração da escola
P. 15

Figura 4 - Adoro ler quadrinhos, de Charles M. Schulz













                    Fonte: SCHULZ, Charles M. Adoro ler quadrinhos. Série Peanuts. Disponível em:
                             https://bit.ly/3CvoDi9. Acesso em: 15 jun. 2022.

          A BNCC alerta para o fato de que “a demanda cognitiva das atividades de leitura deve aumentar
          progressivamente desde os anos iniciais do Ensino Fundamental até o Ensino Médio” (BRASIL,
          2018, p. 75). Isso nos indica uma complexidade crescente em relação aos tipos, gêneros, temas,
          processos e conhecimentos requeridos na leitura. Considerando que as práticas de leitura não
          são lineares e uniformes e que os repertórios de leitura são construções individuais e subjeti-
          vas, estreitamente relacionadas aos conhecimentos prévios do sujeito, os gêneros previstos
          para cada série/ano atuam como uma referência para as propostas de sistematização, não limi-
          tando ou engessando o percurso de cada um:

                      Assim, se fizer mais sentido que um gênero mencionado e/ou habilidade a ele

                      relacionadas no 9º ano sejam trabalhados no 8º, isso não configura um proble-
                      ma, desde que ao final do nível a diversidade indicada tenha sido contemplada.

                      (BRASIL, 2018, p. 75-76)
          Portanto, a BNCC amplia o conceito de leitura e de texto para além do escrito e se baseia nas
          premissas da diversidade cultural, de gêneros textuais e na crescente complexidade das prá-
          ticas de leitura, sem desconsiderar as experiências e o repertório de cada sujeito para sua for-
          mação leitora. Embora haja um destaque especial para o componente de Língua Portuguesa,
          devido à própria natureza do seu objeto de estudo; as dimensões propostas nas práticas de
          leitura extrapolam o aspecto procedimental e carecem de um aprofundamento conferido pelas
          diferentes áreas de conhecimento. Todas as áreas contribuem para a criação do hábito de leitu-
          ra, e, consequentemente, para a formação de leitores críticos, capazes de intervir e transformar
          a realidade. Nessa perspectiva, o processo de leitura também pode ser analisado no contexto
          das Matrizes Curriculares Maristas.

          1.4 Leitura nas Matrizes Curriculares do Brasil Marista
                      No processo de construção das Matrizes Curriculares do Brasil Marista, os
                      pressupostos conceituais e didáticos foram referendados por meio de uma
                      metodologia dialógica, considerando a construção das utopias, marcada por
                      acordos, trabalho coletivo, leitura do mundo e da palavra dos educadores
                      e dos estudantes, inovação e respeito à diversidade cultural das Províncias do
                      Brasil Marista. (UMBRASIL, 2019, p. 12, grifo nosso)



                    Guia de práticas e projetos de leitura: o papel da biblioteca e integração da escola  15
   10   11   12   13   14   15   16   17   18   19   20