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a cada componente curricular. O exercício da leitura no contexto de uma aula de Geografia é
distinto do realizado em Língua Portuguesa, por isso, é necessária a articulação entre os docentes
e respectivos projetos.
Fazer a leitura do mundo não é fazer uma leitura apenas do mapa, ou pelo
mapa, embora ele seja muito importante. É fazer a leitura do mundo da vida,
construído cotidianamente e que expressa tanto as nossas utopias, como os
limites que nos são postos, sejam eles do âmbito da natureza, sejam do âmbito
da sociedade (culturais, políticos, econômicos). (CALLAI, 2005, p. 228)
Ao promover a leitura de um mapa, por exemplo, os estudantes entram em contato com as
especificidades da linguagem cartográfica que devem ser combinadas com leituras realizadas
em outros contextos e que completam a interpretação do que está sendo lido. Assim, o ato de
ler, seja um mapa, um texto, uma imagem, seja na aula de Língua Portuguesa ou em qualquer
outra, torna-se potente ferramenta para a compreensão e intervenção no mundo do estudante.
1.3 Leitura na Base Nacional Comum Curricular
Embora seja uma prática estruturante e que permeia todos os componentes curriculares, a
leitura é abordada na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) mais diretamente no compo-
nente de Língua Portuguesa. Contudo, a formação do leitor (assim como a produção textual)
não é atribuição única desse componente, mas, sim, uma responsabilidade compartilhada por
todas as áreas de conhecimento e por toda a escola, como fica bem claro no seguinte trecho:
As práticas de compreensão e de produção de texto são constitutivas da
experiência de aprender e, portanto, presentes em todas as áreas. Por isso,
cabe à área de Linguagens assegurar o direito à formação de sujeitos leitores
e produtores de textos que transitem com confiança pelas formas de registro
dos diversos componentes curriculares. (BRASIL, 2018, p. 30)
Seja pela tradição escolar ou pela própria natureza do componente de Língua Portuguesa,
que assume como objeto de estudo a centralidade no texto materializado nos mais diversos
gêneros, a leitura ganha destaque devido ao estudo sistematizado dos textos literários e não
literários, bem como as especificidades de habilidades e conteúdos relacionados aos recursos
linguísticos disponíveis para construção de significados dos textos.
De modo mais explícito, a leitura está presente no componente de Língua Portuguesa como
prática de linguagem (leitura/escuta) e como eixo de integração, perpassando todas as etapas de
ensino. De acordo com a BNCC, as práticas de leitura devem contemplar as seguintes dimensões:
• reconstrução e reflexão sobre as condições de produção e recepção de textos diversos;
• dialogia e relação entre textos (intertextualidade e interdiscursividade);
• recuperação e análise das partes do texto;
• reflexão crítica sobre as temáticas e a validade das informações;
• compreensão dos efeitos de sentido decorrentes dos recursos linguísticos e semióticos;
• estratégias e procedimentos de leitura;
• adesão às práticas de leitura.
Acesso em: 21 jul. 2022.
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